Agro foi o único setor que teve alta no número de empregos em 2021

O agro não para. Essa foi a frase mais ouvida entre produtores, trabalhadores e as diferentes atividades do setor da agropecuária desde o início da pandemia de Covid-19. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) analisados pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) confirmam a intuição que vem do campo: as admissões superaram as demissões em 2021.

Apesar de todos os desafios enfrentados entre a alta de custos dos insumos e as incertezas climáticas que atingiram as lavouras, produtores e especialistas do agronegócio consideraram importante o crescimento das vagas de trabalho no setor, com destaque para as culturas de cana-de-açúcar, soja e seringueira, na região Noroeste.

De acordo com dados mais recentes do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), a agropecuária gerou 140,9 mil novas vagas de trabalho, entre janeiro e dezembro de 2021. O estudo da CNA aponta que o resultado é o maior desde 2011, quando se registrou a criação de 85,6 mil empregos no setor.

“Podemos dizer que o agro não parou de crescer, liderado pelo setor da produção de alimentos e bens essenciais, que mantiveram o mercado aquecido mesmo em um momento tão difícil, como o da pandemia”, diz Omar Jorge Sabbag, professor de Economia e Gestão do Agronegócio na Unesp, curso de Engenharia Agronômica, em Ilha Solteira.

Segundo o professor, o agronegócio tem sido importante suporte para a economia. Ele explica que o Produto Interno Bruto (PIB) mostra a força do campo. “O PIB nacional, que é medido quatro vezes ao ano, mostrou que o setor do agro foi o que mais se destacou.”

O aumento expressivo das exportações no ano passado (total de US$ 120,50 bilhões, uma alta de 19,7%) também favoreceram. “O mercado se manteve muito bem no ano passado. O PIB, que demonstra a riqueza de uma Nação, apontou para a melhor eficiência do agro em toda a cadeia produtiva.”

Outro dado avaliado no levantamento, apoiado nos dados do Caged , aponta o saldo de 2021 quase quatro vezes maior do que o de 2020, quando o setor agropecuário registrou 36,6 mil vagas. Para o consultor de agronegócio do Sebrae, Guilherme Tresso, a demanda por mais contratações indica a necessidade do produtor em investir mais em especialização e em tecnologias. “O perfil do setor mudou e a capacitação para as novas tecnologias, diante de um cenário de custos altos da produção, deve ser o caminho.”

Principais destaques

A região Sudeste foi a que mais gerou novos postos no agro no ano passado: saldo de 79 mil empregos. Destaques para soja (22,2 mil), pecuária de corte (21,6 mil) e cana-de-açúcar (8,9 mil).

Já no Noroeste do Estado, cana, soja e seringueira lideram. Segundo a Associação Paulista de Produtores e Beneficiadores de Borracha (Apabor), o estado possui cerca de 10 mil trabalhadores que fazem a extração do látex, sendo que a região Noroeste corresponde a 60% de toda a produção do País.

O diretor executivo da Apabor, Diogo Esperante, calcula o plantio de 133 mil hectares de seringueiras, sendo 78 mil hectares em produção de borracha, e que geram renda para quase 10 mil seringueiros. A projeção para os próximos três anos para novas áreas de seringais (54 mil hectares) é de 2,25 mil novas vagas de trabalho. “O fortalecimento do setor atrai o trabalhador, que consegue uma boa remuneração, em média de R$ 5 mil de salário”, completa o presidente da Apabor, Fábio Magrini.

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