O Acre elegeu neste pleito uma das bancadas mais conservadoras de toda sua História, com a exceção de uma parlamentar eleita, todos os outros, aparentemente, seguem alinhados com uma perspectiva mais à direita. A legislatura que se encerra, por outro lado, era muito bem dividida, de um lado deputados federais defendendo de maneira incisiva as pautas apresentadas pelo Governo Federal e do outro, parlamentares que seguiam a velha cartilha vermelha do comunismo, oposição ao governo de Jair Bolsonaro (PL).
O Deputado Federal e Senador eleito Alan Rick (União Brasil), e a Deputada Federal Mara Rocha (MDB), foram nomes importantíssimos para a aprovação de cruciais projetos para o desenvolvimento do Acre e do Brasil, fizeram os seus nomes durante as sessões da Câmara Federal e mostraram o peso dos seus votos. Já outros, num pragmatismo pejorativo, se submetiam a seguir a corrente, sem considerar uma firmeza ideológica.
E mesmo com o final desta 56ª legislatura, ambos demonstraram honradez e espírito cívico ao assinar um dos mais importantes documentos deste ano, o pedido de abertura para uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que visa investigar a trágica violação de direitos e os ataques à liberdade de expressão, cometida por membros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Alan e Mara não tardaram em assinar o pedido para a abertura da CPI. Mas, e os outros?
Não se pode esperar grandes coisas de Perpétua Almeida (PCdoB) e Léo de Brito (PT), observam calados os mandos e desmandos do suposto Supremo poder, o silenciamento e censuras sofridos pelos parlamentares e jornalistas que não fazem parte do grupo político vermelho não os atingem, para as esquerdas, de tudo vale para vencer uma eleição. Todo questionamento é válido numa democracia, mas hoje o jogo virou. Rasgaram a constituição e criaram um precedente arbitrário nunca antes visto.
Ainda restam quatro parlamentares. Onde estão? Calados e em silêncio.
Vanda Milani (PROS) é uma parlamentar que se poderia esperar alguma coisa, mas ignorou o pedido de abertura da comissão. Desapareceu. Os demais, seguem como se nada tivesse acontecido. Sem manifestações. Nada comentam.
Marcel van Hattem anunciou que já conseguiu as 171 assinaturas necessárias para a abertura da CPI, a comissão será instaurada e os acreanos já sabem o nome daqueles que se omitiram.
Editorial Diário do Acre.