Alckmin, Mauro Vieira e Fávaro celebram acordo Mercosul-EFTA em meio a ‘aumento do protecionismo’

A assinatura do acordo de livre comércio entre Mercosul e Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA), nesta terça-feira (16), representa um “passo importante na expansão da rede de acordos comerciais do Brasil”. A afirmação consta de nota conjunta dos ministérios do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), de Relações Exteriores (MRE) e da Agricultura e Pecuária (Mapa).

“Diante de um cenário externo desafiador, o Brasil reafirma seu interesse em, conjuntamente com os sócios do MERCOSUL, promover comércio baseado em regras e ampliar mercados para as empresas nacionais”, diz a nota.

Segundo os ministérios, o acordo Mercosul-EFTA, somado ao já assinado acordo de livre comércio entre o bloco sul-americano e Cingapura e ao acordo entre Mercosul e União Europeia, ainda pendente de assinatura, vai levar a um aumento de 152% da corrente de comércio brasileira. “Trata-se da maior ampliação da rede de acordos comerciais do Brasil”, diz o texto.

“Ademais, o Brasil está empenhado em concluir proximamente as negociações com os Emirados Árabes Unidos, em retomar as negociações com o Canadá e expandir os acordos existentes com México e Índia, entre outras frente negociadoras”, continua a nota, acrescentando que o país está comprometido com o multilateralismo, desenvolvimento sustentável e cooperação internacional.

O acordo de livre comércio foi construído após 14 rodadas de negociações, iniciadas em 2017 e encerradas no último mês de julho, e representa um mercado de aproximadamente 290 milhões de consumidores e um PIB de cerca de US$ 4,39 trilhões em 2024. A cerimônia reuniu autoridades do Paraguai, Uruguai, Bolívia, Argentina, Liechtenstein, Noruega, Islândia, e Suíça, além do vice-presidente da República, Geraldo Alckmin.

Segundo o Ministério de Relações Exteriores, a expectativa é que as trocas internacionais do Brasil amparadas por acordos comerciais terão um salto de 10% a partir da entrada em vigor do acordo concluído com a EFTA, ou seja, um incremento de US$ 7,2 bilhões com base em dados de comércio de 2024, afirma o governo brasileiro.

Acordo Mercosul-Efta não absorve todo efeito das tarifas, mas é importante, diz Alckmin

Geraldo Alckmin, participou nesta terça-feira da assinatura. Questionado por jornalistas sobre se o acordo ajuda a absorver o impacto do aumento de tarifas imposto pelo governo dos Estados Unidos, o vice-presidente ressaltou que essa não é uma questão “tão simples”, mas reiterou que a abertura de novos mercados é importante.

“Nós estamos falando de países com maior renda per capita do mundo. Das nossas exportações, praticamente 99% estão incluídas no acordo Mercosul-Efta. Esse acordo traz integração de cadeias produtivas e o esforço de combater mudanças climáticas”, comentou.

Ele ressaltou o esforço do governo brasileiro e do bloco em busca de novos parceiros comerciais. “Está bem adiantada a possibilidade (de acordo) Mercosul-Emirados Árabes. Há uma possibilidade de aumentarmos linhas tarifárias com o México, Brasil-México. Estamos indo, no começo de outubro, para a Índia e até o fim do ano, deve ser assinado Mercosul-União Europeia. Então, é importante a diversificação de mercado, independente da questão do tarifaço”. Ele ainda declarou que  “o comércio internacional aproxima os povos e o seu desenvolvimento promove a paz”.

Mercosul segue ativo e mostra determinação em construir pontes com o mundo, diz Vieira

Para o Ministro das Relações Exteriores, embaixador Mauro Vieira, o Acordo de Livre Comércio entre o Mercosul e a EFTA demonstra que o Mercosul segue ativo, renovado e determinado a construir pontes com o mundo. Ele destacou que as negociações exigiram persistência, mas geraram um acordo moderno que beneficiará a sociedade.

Os comentários foram feitos durante cerimônia no Palácio do Itamaraty, no Rio de Janeiro. “Mesmo com aumento de protecionismo, seguimos defensores do comércio internacional para elevar a prosperidade dos nossos povos”, afirmou.

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