Mais uma semana deve terminar sem que a Câmara dos Deputados vote o projeto de lei que concede anistia aos acusados de envolvimento no 8 de janeiro. A proposta, defendida pela oposição, segue fora da pauta do plenário. O colégio de líderes deve discutir a urgência da matéria na quinta-feira 24.
O deputado Sóstenes Cavalcante (PL–RJ), líder do Partido Liberal, esperava que a análise da urgência ocorresse ainda nesta semana pelo plenário. O cenário mudou. Agora, Sóstenes tratará do assunto com os demais líderes apenas no encontro de quinta. Ele chega a Brasília na noite desta segunda-feira, 21, para medir o ambiente político. “Vamos sentir a temperatura”, afirmou o político.
Ainda não se sabe qual é a posição do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos–PB), sobre o pleito da oposição para levar o projeto diretamente ao plenário.
Anistia na gaveta
Apesar de os deputados já terem reunido assinaturas suficientes para garantir a tramitação em regime de urgência, Hugo Motta ainda não acionou os líderes para uma conversa reservada que definisse um novo rumo para a tramitação.
Essa postura contrasta com o início das articulações, quando o presidente da Câmara pediu aos líderes das bancadas que evitassem assinar o pedido de urgência da proposta.
“Falamos apenas uma vez”, disse Sóstenes. “Não liguei para saber a posição dele naquele momento — apenas para informar sobre o protocolo da urgência. Ele agradeceu.”
Para Sóstenes, o principal entrave é a pressão sofrida por Motta por parte de ministros do Supremo. A base lulista no Congresso tenta esvaziar os apoios à anistia.
Motta chegou a cogitar uma alternativa ao projeto que envolvesse os ministros da Suprema Corte, mas não posicionou os líderes sobre a viabilidade do acordo.
