A deputada federal Antônia Lúcia (Republicanos), integrante da Frente Parlamentar em Defesa do Agronegócio, candidata à reeleição pelo mesmo partido, foi a única parlamentar do Acre convidada pelo Presidente Jair Bolsonaro para acompanhá-lo na viagem que fez para os Estados do Pará e do Amazonas, na semana passada.
A parlamentar acreana fez um balanço extremamente positivo da sua viagem em companhia do Presidente Jair Bolsonaro e de alguns dos seus auxiliares. Um dos temas importantes que pretende discutir é a questão da reserva Chico Mendes. Seu encontro com o ministro do Meio Ambiente Joaquim Leite foi inspirador.
Logo após a realização das eleições do ano em curso, pretende a deputada federal Antônia Lúcia, através de ofício, convidar o Ministro do Meio Ambiente Joaquim Leite a vir ao Acre para visitar a Reserva Chico Mendes, e constatar in loco, como vivem os moradores (extrativistas) da referida Reserva Ambiental.
Não custa nada lembrar o que é a reserva Chico Mendes. Trata-se de uma unidade de conservação federal do Brasil, categorizada como reserva extrativista e criada por Decreto Presidencial de 12 de março de 1990, numa área de quase um milhão de hectares, ou sejam, com mais precisão, de 970.570 hectares, dentro do território do Estado do Acre, nas nossas terras mais produtivas.
O escritor americano Jeffrey, que escreveu o livro Caubóis da Floresta, obra publicada pela Universidade Federal do Acre (Edufac – 2021), constatou que a criação de gado na reserva Chico Mendes é um fato. Constatou também que os seringueiros, da mesma forma que colonos e fazendeiros, acreditam que a criação de gado é uma poupança para quem vive do extrativismo. Isto é, conjugam atividade extrativista com a criação de animais de grande porte.
O instrumento legal através do qual foi criada a Reserva Chico Mendes diz que nela (Reserva Chico Mendes), só podem ser criados animais de pequeno porte. Não é permitido a criação de gado bovino, muito embora aí sejam criados animais de grande porte. Por uma questão de sobrevivência, os seringueiros também criam gado.
Essa realidade contraditória da Reserva Chico Mendes – não podem ser criados animais de grande porte, mas os seringueiros criam – segundo Antônia Lúcia, poderia ser atenuada pelo projeto que foi apresentado pelo Deputada Federal Júnior Ferrari, na Comissão de Integração Nacional, e Desenvolvimento Regional da Amazônia.
O deputado federal Júnior Ferrari (PSD-PA), em seu Projeto de Lei número 313-20, altera a definição de reserva extrativista para permitir a criação de animais de grande porte, como bois e búfalos, nas unidades de conservação, a exemplo da Reserva Chico Mendes. Seu projeto modifica a Lei número 9.985-00.
Antônia Lúcia acredita que a vinda do Ministro do Meio Ambienta ao Estado do Acre, para constatar como vivem in loco os seringueiros, que praticam de fato atividade pecuária, seria uma oportunidade de discussão dessa proposta de flexibilização da Lei para admitir a criação de animais de grande porte na Reserva Chico Mendes.
Antônia Lúcia disse que não podemos esquecer que, o escritor americano acima citado, constatou em sua pesquisa que colonos, fazendeiros e seringueiros, num ponto estão de acordo, ou seja, a criação de gado garante a sobrevivência do homem na floresta.
Finalizou a mulher do agronegócio!