O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta sexta-feira, 6, que a situação política da Venezuela é “um rolo” e evitou classificar Nicolás Maduro como ditador. Em entrevista à rádio Difusora de Goiânia, Lula disse não reconhecer o resultado das eleições presidenciais de 28 de julho, pois nem o governo nem a oposição comprovaram quem venceu. Ele criticou o comportamento de Maduro, afirmando que “deixa a desejar”.
Lula defendeu a realização de uma nova eleição no país, como uma espécie de segundo turno entre Maduro e o candidato da oposição, Edmundo González Urrutia, ideia que já foi rejeitada por ambos os lados e considerada despropositada por outros países. Ele sugeriu que Maduro poderia convocar novas eleições para provar ser o preferido do povo ou formar um governo de coalizão com a oposição. Comparou a situação com o Brasil, onde parte dos partidos em seu governo não o apoiaram nas eleições, mas são necessários para governar.
Apesar das dificuldades em negociar uma solução pacífica, Lula afirmou que não pretende romper relações com a Venezuela. Criticou as sanções impostas por países como os Estados Unidos, argumentando que prejudicam o povo venezuelano e não o presidente. Lula relembrou sua relação com a Venezuela desde 2002, destacando a cooperação comercial durante o governo de Hugo Chávez e como as coisas mudaram após a chegada de Maduro ao poder.