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Apesar de divergências, Brasil diz que taxação dos super-ricos segue em discussão no G20

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, disse nesta terça-feira (23) que as negociações para criar um imposto universal de 2% sobre a renda dos super-ricos estão avançando no G20, apesar de alguns países já terem expressado sua rejeição à taxação.

“Vários países também expressaram seu apoio a este imposto, então o que temos que fazer é continuar conversando e progredindo na questão”, declarou Vieira após o término de uma reunião dos ministros de Desenvolvimento do G20, no Rio de Janeiro.

Questionado sobre o futuro de um imposto já rejeitado por países influentes como Estados Unidos, Vieira admitiu divergências, mas disse que a questão ainda está em negociação.

O G20 reúne as maiores economias do mundo, além de União Europeia e União Africana. Os ministros da Economia do bloco voltarão a debater a criação do imposto na quinta (25) e sexta-feira (26) durante uma nova reunião.

Brasil defende proposta de economista francês para taxação de super-ricos
O Brasil ocupa a presidência temporária do G20 e sediará a cúpula do fórum em novembro no Rio de Janeiro. O governo brasileiro defende a proposta do economista francês Gabriel Zucman para taxar os super-ricos. Zucman é professor associado da Universidade de Berkeley e um dos maiores especialistas em tributação do mundo.

Segundo o economista, o imposto universal impediria “a corrida (dos ricos) para países com impostos baixos”. Além disso, o economista afirma que, se aplicado aos cerca de 3 mil bilionários do mundo, poderia arrecadar US$ 250 bilhões adicionais anualmente.

A ONG Oxfam estima que a taxação de até 5% sobre a riqueza e os ganhos dos mais ricos dos países do G20 seria suficiente para acabar com a fome no mundo. Embora a iniciativa tenha o apoio de países como Brasil e França, os EUA já expressaram sua resistência.

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