A Organização Internacional do Cacau (ICCO) revisou para cima as projeções da safra 2024/2025. Agora, a instituição estima um superávit global de 49 mil toneladas, interrompendo uma sequência de forte desequilíbrio registrada nos últimos ciclos. O dado contrasta com o déficit de 489 mil toneladas observado na safra de 2023/2024, segundo estatísticas da ICCO divulgadas na última semana.
A recuperação é puxada principalmente pela oferta, que deve atingir 4,69 milhões de toneladas em 2024/25 — alta de 7,6% ante as 4,36 milhões de toneladas do ciclo anterior. A ICCO atribui o avanço aos preços historicamente elevados, que incentivaram produtores a reinvestir nas lavouras, adotar técnicas aprimoradas de manejo e ampliar a capacidade produtiva. “Trata-se da primeira reação mais consistente após anos de forte pressão sobre a oferta global”, aponta o relatório.
No lado da demanda, porém, o movimento é oposto. As moagens mundiais devem recuar 4,3%, passando de 4,81 milhões de toneladas em 2023/24 para 4,60 milhões na safra atual. O órgão aponta que os custos elevados de insumos e de operação continuam comprimindo as margens industriais. “Os altos custos de insumos restringiram as margens de processamento, limitando o crescimento e resultando em uma queda anual na moagem”, destacou a ICCO.
Com produção crescente e processamento em desaceleração, os estoques de fim de temporada devem aumentar de 1,27 milhão de toneladas para 1,32 milhão — elevação de 3,8% no comparativo anual. Já a relação estoques/moagens, indicador de equilíbrio do mercado, sobe de 26,5% para 28,8%.





