Após o grande expediente, deputados recebem policiais penais e deputados propõem comissão para vistoria em presídios do Acre

Após o término do grande expediente na sessão desta terça-feira (9), na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), os deputados receberam representantes da categoria dos policiais penais para ouvir denúncias sobre a situação crítica do sistema prisional do Estado. Estiveram presentes nas galerias Carlos Leopoldo, presidente da Associação dos Servidores do Sistema Penitenciário (Asspen-AC), Leandro Rocha, presidente do Sindicato dos Policiais Penais, e diversos servidores da carreira.

O presidente da Asspen utilizou a tribuna para denunciar o que classificou como “descaso do governo do Acre” com a categoria, citando a recorrência de fugas de detentos, adoecimento de policiais e até casos de suicídio de servidores.

“Está sendo cansativo para as entidades classistas repetir sempre os mesmos fatos: fugas nos presídios e policiais penais adoecendo e morrendo. Recentemente tivemos casos de suicídio, e isso é grave. É culpa do Estado, é culpa da gestão da segurança pública do Acre”, afirmou Carlos Leopoldo.

Ele criticou ainda a escolha de um gestor não pertencente à carreira para comandar o Iapen, órgão responsável pelo sistema prisional, e cobrou mudanças urgentes na gestão: “Precisamos de uma mudança de atitude do Estado com relação ao sistema penitenciário. É estrutura defasada, são policiais penais desmotivados. Estamos cansados de ir ao trabalho e encontrar descaso e perseguição”, disse.

Diversos deputados se solidarizaram com a categoria. Fagner Calegário (Podemos), destacou a importância de ouvir os policiais penais e propôs a criação de uma comissão parlamentar para visitar os presídios do Acre, verificando in loco as condições de trabalho da categoria e os problemas de gestão.

“Precisamos ouvir aqueles colegas que estão ali, batendo cadeado. Vamos montar uma comissão de deputados para visitar os presídios de Rio Branco, Sena Madureira e Cruzeiro do Sul, onde tivemos as fugas mais recentes, para que possamos entender a realidade e buscar soluções”, sugeriu Calegário.

Outros parlamentares reforçaram a gravidade da situação, lembrando o comprometimento da segurança pública e a necessidade de valorização e proteção dos policiais penais. A deputada Michelle Melo (PDT) disse: “É grave o que está acontecendo. Recentemente, um servidor já adoecido mentalmente, em vez de ser acolhido, recebeu seu contracheque zerado. Como alguém nessa situação pode ter esperança de viver? Isso não é gestão, é crueldade”, denunciou.

Ainda durante o debate, Carlos Leopoldo cobrou a atuação do secretário de Segurança, Coronel Gaia, pedindo respostas concretas às recorrentes fugas e à situação crítica dos servidores: “Cadê a gestão de segurança pública? Secretário Gaia, manifeste-se, saia do gabinete. Estamos pedindo o mínimo. A sociedade e os policiais merecem respeito e condições de trabalho dignas”, concluiu.

O encontro reforçou a preocupação das entidades classistas e de deputados da Aleac com a valorização dos policiais penais, a segurança da população e a necessidade de mudanças estruturais no sistema prisional do Acre.

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