A política do Acre pode ser comparada ao trecho da BR-364, que interliga Rio Branco a Cruzeiro do Sul. Tem época que a estrada está um “tapete” e época em que está “só buraco”. Tanto a estrada quanto à política estão um buraco neste momento.
Deixando a estrada de lado, e procurando os culpados pelos buracos da política, não é difícil entender que as barbeiradas de Gladson Cameli têm mudado o rumo da política no Acre.
Se Cameli tivesse um mínimo de sabedoria e traquejo político, seu grupo poderia governar o Acre por décadas, mas fazendo tudo ao inverso, Gladson se uniu aos petistas e virou as costas para seus aliados, que hoje estão formando blocos para derrubar Cameli nas próximas eleições.
Gladson, que não pode ser contrariado, é do tipo que prefere alimentar inimizades com ex-aliados. Por essa razão, Cameli poderá chegar à eleição sozinho.
Senado
Dos três senadores do Acre, Gladson poderá ficar sem o apoio de nenhum deles. Petecão rompeu com o governo logo no início da gestão, quando Cameli não teve pena nem dó, ao descer a caneta azul nos aliados de Sérgio Petecão para enxertar o governo de petistas. A senadora Mailza Gomes, quem tem vivido dias sombrios por conta da infidelidade de Cameli, já sinalizou o desgaste com o governador, o que, certamente, não fará dela uma aliada na reeleição de Gladson.
Por último, Marcio Bittar já alardeou que poderá romper com Cameli por falta de diálogo. Bittar é a única esperança de reeleição para Cameli, já que pretende injetar mais de R$ 1 bilhão de reais nos próximos meses em obras, que alcançarão todos os municípios do Acre.
Câmara Federal
Se no Senado está ruim para Cameli, na Câmara Federal o buraco é maior. Dos deputados federais que apoiaram Gladson, ele já perdeu Mara Rocha, Flaviano Melo, Jéssica Sales, Vanda Milani e corre o risco de perder Alan Rick. Poderá chegar em outubro com apoio zero da Câmara Federal.
Assembleia Legislativa
Com relação aos deputados estaduais, há um racha entre os deputados do Progressistas, partido de Cameli. Os deputados estaduais estão mais preocupados com a reeleição deles do que com a permanência no Governo, que ao longo dos anos já teve atritos com deputados por causa de cargos.
Se continuar nesse ritmo, Gladson Cameli poderá pegar a BR-364 e voltar para Cruzeiro do Sul com seus apoiadores que caberão em uma camionete, assim como ocorreu no início da carreira política dele.
Por Alex William, para o Mâncio Lima em Foco.