A atuação do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, pela aprovação da anistia na Câmara dos Deputados, apazigua as relações entre ele e os filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro, na avaliação de aliados. Segundo pessoas próximas, a fala recente do senador Flávio Bolsonaro, que disse a jornalistas que Tarcísio “entrou de cabeça” na aprovação da anistia e pediu um encontro com o governador, demonstra esse ponto – além do silêncio dos outros membros da família, o vereador Carlos Bolsonaro e o deputado federal Eduardo Bolsonaro.
Desde a prisão domiciliar do ex-presidente, há um mês, Tarcísio intensificou as agendas na capital federal. Nessa semana, ao desembarcar em Brasília para articular a aprovação da anistia em meio ao julgamento de Bolsonaro, o governador completou a quarta viagem ao local desde então. No início, algumas das visitas foram vistas como articulação para um possível pleito presidencial em 2026 – Tarcísio chegou a ser chamado de “rato”, assim como outros governadores da direita, por Carlos; além de ser alvo constante de Eduardo nas redes sociais e até em mensagens vazas em investigações.
Aliados apontam, no entanto, que desde o último jantar com líderes e autoridades de direita, o chefe do executivo paulista tem atuado pela aprovação do perdão – ele chegou a discursar sobre o assunto durante o evento, por exemplo. Além disso, como mostrou a coluna, já desde semana passada Tarcísio movimenta as lideranças nos bastidores em prol do projeto.
A avaliação de auxiliares é de que Tarcísio conseguiu. Nas próximas semanas, pelo menos até o fim do julgamento de Bolsonaro, quando o PL da anistia pode ser pautado na Câmara, a expectativa é de “pausa” na guerra com os irmãos Bolsonaro. O governador de São Paulo também vai reforçar o apoio ao ex-presidente participando das manifestações de 7 de setembro, na Avenida Paulista.