A Câmara Municipal de Rio Branco realizou, nesta sexta-feira (17), uma audiência pública para debater o papel do cooperativismo na economia acreana. A iniciativa, proposta pelo vereador André Kamai (PT), reuniu representantes de diversos organismos, como instituições de fomento, cooperativas e sociedade civil, em alusão ao Ano Internacional do Cooperativismo.

Durante o encontro, Kamai destacou o cooperativismo como um caminho para uma economia mais justa e inclusiva. “O cooperativismo garante que as pessoas tenham acesso à renda do próprio trabalho, sem depender de intermediários. É uma forma de organização que valoriza o trabalhador e oferece serviços de qualidade à população”, afirmou o parlamentar, defendendo que o poder público adote o modelo como estratégia permanente de desenvolvimento.

O presidente do Sistema OCB/AC, Valdemiro Rocha, reforçou a importância da formação e capacitação para fortalecer as cooperativas. Segundo ele, “é essencial que cooperados e dirigentes compreendam seus direitos, deveres e o verdadeiro sentido de pertencer a uma cooperativa”. Rocha defendeu ainda a realização de seminários em todos os municípios acreanos, em parceria com o poder público e cooperativas de crédito, para expandir o movimento.

Para o presidente da Coop Acre e conselheiro fiscal da OCB/AC, Geraldo Pereira, o cooperativismo é uma alternativa viável para enfrentar os entraves econômicos do estado. “Diante das restrições ambientais e da dificuldade de crédito, as cooperativas surgem como solução para organizar produtores, acessar recursos e desenvolver o Acre de forma solidária e sustentável”, afirmou.

O professor Orlando Sabino, da Universidade Federal do Acre e do Laboratório de Estudos Geopolíticos da Amazônia Legal (Projeto Legal), apresentou dados de pesquisas recentes que apontam um “novo momento do cooperativismo acreano”, com foco em gestão, governança e sustentabilidade.

Segundo Sabino, o movimento tem incorporado jovens e mulheres ao processo produtivo, reforçando também a defesa ambiental e a valorização da floresta. “Estamos vendo um cooperativismo muito mais comprometido com o planejamento e a boa gestão, usando a ciência e o conhecimento para fortalecer o dia a dia das cooperativas”, destacou Sabino, que também defendeu maior apoio institucional e inclusão do cooperativismo na agenda pública dos governos.

