Barreiras no Acre reforçam combate à entrada de carne clandestina do Amazonas

Para conter a entrada ilegal de carne bovina abatida clandestinamente no Amazonas e garantir a segurança alimentar da população acreana, o Idaf (Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Acre) vai intensificar as ações de fiscalização com barreiras em estradas estratégicas de Cruzeiro do Sul, em parceria com o Gefron (Grupo Especial de Fronteira).

A medida foi tomada após denúncias de que carne proveniente de abates clandestinos no estado vizinho estaria sendo comercializada no município acreano, impactando a atividade dos frigoríficos locais. A chefe do Idaf em Cruzeiro do Sul, Tatiana Oliveira, afirma que a redução no número de abates em dezembro e janeiro é um indicativo da entrada de carne clandestina.

“A gente percebe uma redução no número de abates referente aos meses de dezembro e janeiro e a partir da denúncia a gente começa a mobilizar as ações, que é o aumento do número de barreiras, as parcerias com a Secretaria Municipal de Saúde para, junto com a vigilância sanitária, comparecer em alguns frigoríficos, alguns supermercados, as casas de carne que fazem a comercialização desses produtos, como visita surpresa para identificar-se a carcaça é de clandestinos”, explicou Tatiana.

As barreiras, que serão instaladas a partir de terça-feira (28), vão operar em pontos estratégicos, como a estrada do Guajará, a BR-364, a 307 e a rotatória de Mâncio Lima, em horários aleatórios e com duração de até oito horas por dia.

“A informação que os próprios donos de frigoríficos repassaram é que esses abatedouros estão no estado vizinho”, disse Tatiana.

Além da questão da segurança alimentar, o Idaf destaca que o abate clandestino representa um risco sanitário para a população, já que a procedência da carne é desconhecida, e pode ser proveniente de animais doentes ou roubados. A prática também representa uma evasão fiscal, prejudicando a arrecadação do estado do Acre.

“O frigorífico tem uma despesa muito grande, gera empregos e a gente está falando nem de lucro para o frigorífico, a gente está falando de segurança alimentar, então ele investe muito para ser qualificado para abater esses animais. Então o abate clandestino por si só já é negativo para a saúde da população. Fora que a gente não sabe se esses animais são produtos de roubo ou o animal pode estar doente. Além disso, é uma evasão fiscal, tem a sonegação de imposto que deixa de arrecadar para o estado do Acre, que é um problema também, fora o risco sanitário”, enfatizou Tatiana.

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