Vamos mergulhar nos bastidores das campanhas eleitorais em Rio Branco e Cruzeiro do Sul? Ao olharmos de perto os programas de TV dos principais candidatos, o que realmente se destaca? Nesta primeira análise do Diário do Acre, focaremos nos dois primeiros colocados nas pesquisas: Tião Bocalom (PL) e Marcus Alexandre (MDB) em Rio Branco, e Jéssica Sales (MDB) e Zequinha Lima (PP) em Cruzeiro do Sul. A ideia aqui é oferecer uma visão imparcial, apontando acertos e deslizes em cada produção.
Rio Branco:
O que mais chama a atenção no material de Tião Bocalom é a emoção. Seu programa não só emociona, mas também é tecnicamente impecável. Mesmo para quem não é fã do candidato, é difícil não reconhecer a qualidade da produção e a postura que ele adotou ao evitar ataques a seus concorrentes. A narrativa é coesa, e o apoio que ele recebe é transmitido de forma poderosa. A equipe por trás desse trabalho acertou em cheio no tom.
Já Marcus Alexandre apostou em uma abordagem mais regional, com uma boa trilha sonora e uma produção que lembra os documentários e curtas do cinema acreano. No entanto, sua narrativa carece de emoção, especialmente se comparada à de Bocalom. O diálogo em família, que poderia ter sido um ponto forte, acabou não cumprindo o papel esperado. A imagem de um Marcus cristão e homem de família é clara desde o início, por conta da Bíblia que é mostrada nas cenas iniciais, mas falta à narrativa aquele toque emocional que poderia cativar o público de forma mais profunda.
Cruzeiro do Sul:
No Juruá, Zequinha Lima começa sua campanha com um forte roteiro, colocando-se à frente na disputa televisiva. Seu primeiro vídeo, de quase seis minutos, é uma verdadeira declaração de amor a Cruzeiro do Sul. O material é muito bem produzido, com uma sutil crítica à sua adversária, Jéssica Sales, mas sem perder a compostura. A regionalidade é explorada com maestria, e o vídeo toca em temas importantes como a pandemia e as cheias, mostrando sensibilidade.
Por outro lado, Jéssica Sales começou bem, destacando a farinha, uma das riquezas de Cruzeiro do Sul, e as belezas naturais da região. Mas, ao longo do vídeo, a produção perdeu o rumo. Embora tenha se posicionado como uma candidata de oposição, as falas de seu vice, Tota, enfraqueceram a mensagem. Visualmente, o material de Jéssica não conseguiu se destacar, ficando atrás das demais campanhas em termos de qualidade.
