Boi gordo firme, mas carne bovina despenca: O que esperar para a Páscoa?

Do lado de dentro das porteiras, os pecuaristas tentam segurar a oferta para conter a pressão baixista, resultando em cotações estabilizadas e escalas de abate rondando em 10 dias úteis na média nacional.

Nesta terça-feira (26), o mercado físico do boi gordo manteve-se estável, refletindo a postura cautelosa dos pecuaristas em reter as boiadas. De acordo com Fernando Henrique Iglesias, analista da Consultoria Safras & Mercado, esta estabilidade é uma estratégia para conter a tendência baixista do mercado, que pode ser desafiada no segundo trimestre devido à diminuição das chuvas, historicamente associada ao auge da safra do boi gordo.

“No entanto, as indústrias ainda operam com escalas confortáveis, posicionadas entre nove e dez dias úteis. O quadro tende a ser diferente no decorrer do segundo trimestre, com a menor incidência de chuvas reduzindo a capacidade de retenção no período que tradicionalmente marca o auge da safra do boi gordo”, afirma Iglesias.

Do lado de dentro das porteiras, porém, os pecuaristas tentam segurar a oferta para conter a pressão baixista, resultando em cotações estabilizadas e escalas de abate rondando em 10 dias úteis na média nacional, de acordo com levantamento da Agrifatto.

De acordo com a Scot Consultoria, com a proximidade do feriado de “Sexta-feira Santa”, a demanda tende a diminuir, já que o período é marcado pela data religiosa que sugere o consumo de outras proteínas, como o peixe.

Preços da arroba do boi

  • São Paulo (Capital): R$ 228,00
  • Goiânia (GO): R$ 215,00
  • Uberaba (MG): R$ 221,00
  • Dourados (MS): R$ 219,00
  • Cuiabá (MT): R$ 206,00

De acordo com os dados mais recentes do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA), divulgados nesta terça-feira (26), o mercado futuro – B3 – do boi gordo permaneceu estável, com a arroba do boi sendo cotada em média a R$ 227,50, enquanto a novilha gorda atingiu R$ 217,00 por arroba. Essa estabilidade reflete a cautela dos produtores em reter os animais, mesmo diante das escalas de abate confortáveis mantidas pelas indústrias.

Atacado

O mercado atacadista apresentou uma queda significativa nos preços da carne bovina. O quarto traseiro foi precificado a R$ 17,10 por quilo, enquanto o quarto dianteiro registrou R$ 13,20 por quilo e a ponta de agulha foi cotada a R$ 13,00 por quilo. Essa redução nos valores é atribuída ao lento escoamento do produto durante a segunda quinzena do mês, período que historicamente enfrenta uma desaceleração no consumo. A expectativa é que a demanda relacionada ao Domingo de Páscoa possa trazer algum alívio, porém as indústrias ainda indicam uma quantidade considerável de estoque, mantendo os preços deprimidos.

ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Juliana Freire sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira, do Compre Rural.

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