Boi gordo tem nova alta – R$ 239/@ – na abertura da semana

O mercado físico do boi gordo começou a semana com algumas valorizações nos preços, enquanto em algumas praças pecuárias os valores se mantiveram estáveis. No entanto, de forma geral, poucos negócios foram realizados acima da média de referência. O mercado é truncado, com grande disputa entre frigoríficos e pecuaristas, onde cada um segue buscando garantir melhores margens nas negociações realizadas.

O analista da consultoria Safras & Mercado Fernando Henrique Iglesias destacou que o viés de alta persiste no curto prazo, por conta da dificuldade na composição de escalas de abate para algumas indústrias, especialmente nos estados de Mato Grosso do Sul e Goiás.

Nesta segunda-feira, os preços do boi gordo em São Paulo registraram um aumento de R$ 2/@, um movimento atípico para o início da semana. A elevação foi identificada pela Scot Consultoria, que monitora o mercado pecuário diariamente. A consultoria destacou ainda que, normalmente, as segundas-feiras são marcadas por pouca atividade no mercado, que costuma passar o dia analisando as vendas de carne realizadas durante o final de semana.

Dentro desse cenário, o boi gordo passou de R$230,00 para R$232,00 a arroba, enquanto as cotações da vaca e a da novilha mantiveram-se estáveis, sendo negociadas em R$207,00/@ e R$220,00/@, respectivamente.

A cotação do “boi China” – animal jovem e abatido com até 30 meses de idade -, também não mudou, mantendo-se em R$235,00 por arroba, com um ágio de R$3,00 em relação ao boi comum – aquele com destino ao mercado interno. Todos os preços são brutos e com prazo.

O indicador Agrifatto (baseado nos negócios envolvendo 17 praças brasileiras) apontou um acréscimo de 0,47% no preço do boi gordo, no comparativo semanal, apresentando um valor médio de R$ 233,68/@. De maneira semelhante, o indicador Cepea registrou um aumento de 0,41%, com o preço alcançando R$ 233,45/@. Ainda segundo o Cepea, o indicador já trabalha acima de R$ 230,00/@ a quase 30 dias, conforme o gráfico abaixo.

No território paulista, a presença significativa de animais de parceria (contratos a termo) tem oferecido uma relativa tranquilidade para os frigoríficos de médio e grande porte, resultando em uma menor pressão sobre as cotações.

boi gordo cepea
Indicador do Boi Gordo Cepea

Apesar da estabilidade na maior parte das praças pecuárias, o mercado observa com cautela os próximos movimentos, com a possibilidade de novas altas nos preços à medida que as indústrias enfrentam dificuldades em manter suas escalas de abate.

Cotações médias da arroba do boi gordo pelas principais praças pecuárias do Brasil

  • São Paulo: R$ 238,22/@
  • Goiás: R$ 229,50/@
  • Minas Gerais: R$ 227,24/@
  • Mato Grosso do Sul: R$ 238,59/@
  • Mato Grosso: R$ 211,93/@

Mercado futuro do boi gordo

Diferente da tendência de estabilidade observada no mercado físico, o mercado futuro registrou quedas nos contratos durante a última semana. O contrato com vencimento em outubro/24 teve a maior desvalorização, caindo 1,37% e fechando a sexta-feira a R$ 240,65/@.

“Apesar dessas baixas, o ágio do preço futuro na B3 em relação ao preço físico do boi gordo persiste, embora tenha diminuído na comparação entre as duas últimas semanas”, destaca a Agrifatto.

Mesmo com o recuo semanal, o contrato de outubro/24 ainda mostra um ágio de 3,1% em relação ao mercado físico, acrescenta a consultoria.

Mercado de carne bovina

O mercado de carne bovina no Brasil continua a crescer, com um aumento significativo no abate de bovinos durante o segundo trimestre de 2024. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foram abatidos mais de 7 milhões de bovinos, representando um crescimento de 2,7% em relação ao trimestre anterior.

Esse incremento é resultado direto da forte demanda internacional pela carne bovina brasileira. Países como China e nações do Oriente Médio mantêm o Brasil como um de seus principais fornecedores, impulsionando o setor de exportação e garantindo o escoamento da produção nacional. O Brasil, líder mundial na produção de carne bovina, segue ampliando sua presença no mercado global, graças à qualidade e à eficiência de sua cadeia produtiva.

Além das exportações, o mercado interno também apresenta uma demanda consistente, garantindo que o setor continue a movimentar a economia em diversas regiões do país, desde a criação até o processamento e comercialização.

Atacado

No mercado atacadista, os preços da carne bovina registraram altas. O quarto traseiro permaneceu cotado a R$ 17,20 por quilo, enquanto o quarto dianteiro subiu R$ 0,30, sendo precificado a R$ 13,45 por quilo. A ponta de agulha também apresentou alta, subindo R$ 0,25, e foi precificada a R$ 13,25 por quilo.

Segundo Iglesias, a expectativa é de que esse movimento de alta perca força no curto prazo, especialmente com a chegada da segunda quinzena do mês, período tradicionalmente marcado por um perfil de consumo mais modesto.

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