“Os frigoríficos estão pagando a mais para boiadas destinadas ao mercado interno nas praças paulistas”, relata a Scot, que acrescenta: “Há compradores ofertando o mesmo preço do boi-China (padrão-exportação) para o boi comum”.
O mercado físico do boi gordo continua demonstrando estabilidade, com preços firmes ao longo da cadeia produtiva. De acordo com análises da Consultoria Safras & Mercado, alguns negócios foram realizados acima da referência média do dia.
Fernando Henrique Iglesias, analista da Safras & Mercado, destacou que os pecuaristas estão controlando o ritmo dos negócios, aproveitando as boas condições oferecidas pelas chuvas abundantes em abril. Essas chuvas têm proporcionado suporte às pastagens, permitindo uma melhor retenção do gado pelos pecuaristas.
“Os pecuaristas ainda cadenciam o ritmo dos negócios, considerando o bom índice pluviométrico presente no mês de abril, que ofereceu suporte às pastagens e deu boas condições de retenção ao pecuarista. A indústria frigorífica ainda se depara com escalas de abate posicionadas entre sete e dez dias úteis”, disse.
Nas praças de São Paulo, a estratégia dos produtores surtiu efeito nesta quinta-feira (18/4), segundo apurou a Scot Consultoria. “O mercado paulista está menos ofertado no momento e, para compor as escalas de abate, os frigoríficos estão pagando R$ 2/@ a mais para boiadas destinadas ao mercado interno”, relata a Scot, que acrescenta: “Há compradores ofertando o mesmo preço do boi-China (padrão-exportação) para o boi comum”.
Na avaliação da Agrifatto, a conjunção de um bom volume de chuvas e relatos de maior dificuldade em encontrar fêmeas está dando suporte para que o boi gordo passe por valorização em algumas regiões brasileiras, como foi o caso da praça paulista.
O Estado, diz a Agrifatto, apresentou a maior força nos últimos dias, onde o boi gordo já emplacou alta de 1,4% no comparativo semanal, atingindo o maior patamar desde o dia 28 de fevereiro deste ano. Pelos dados da consultoria, os pecuaristas de São Paulo negociam o boi gordo (média entre o animal “comum” e o “boi-China”) em R$ 232,50/@.
Ainda segundo a consultoria, após um alívio temporário da pressão de baixa sobre os preços da arroba, os frigoríficos brasileiros adotaram uma postura ainda mais cautelosa, realizando negociações de forma gradual e compassada, adquirindo apenas o suficiente para garantir o atendimento das escalas de abate por pelo menos oito dias úteis, em média nacional.
Por outro lado, acrescenta, os pecuaristas pressionam os preços para cima, impulsionados pela melhoria nutricional das pastagens naturais, o que proporciona uma melhor condição de retenção dos animais. Diante desta “queda de braços”, as cotações do boi gordo seguem estáveis na maioria das praças brasileiras, registrando apenas algumas altas pontuais (como em São Paulo).
Preços do boi gordo
São Paulo — O “boi comum” vale R$230,00 a arroba. O “boi China”, R$235,00. Média de R$232,50. Vaca a R$210,00. Novilha a R$220,00. Escalas de abates de nove dias;
Minas Gerais — O “boi comum” vale R$215,00 a arroba. O “boi China”, R$225,00. Média de R$220,00. Vaca a R$190,00. Novilha a R$200,00. Escalas de abate de nove dias;
Mato Grosso do Sul — O “boi comum” vale R$220,00 a arroba. O “boi China”, R$230,00. Média de R$225,00. Vaca a R$200,00. Novilha a R$205,00. Escalas de abate de sete dias;
Mato Grosso — O “boi comum” vale R$210,00 a arroba. O “boi China”, R$220,00. Média de R$215,00. Vaca a R$190,00. Novilha a R$200,00. Escalas de abate de sete dias;
Tocantins — O “boi comum” vale R$210,00 a arroba. O “boi China”, R$220,00. Média de R$215,00. Vaca a R$180,00. Novilha a R$190,00. Escalas de abate de nove dias;
Pará — O “boi comum” vale R$210,00 a arroba. O “boi China”, R$220,00. Média de R$215,00. Vaca a R$180,00. Novilha a R$190,00. Escalas de abate de dez dias;
Goiás — O “boi comum” vale R$215,00 a arroba. O “boi China/Europa”, R$225,00. Média de R$220,00. Vaca a R$190,00. Novilha a R$200,00. Escalas de abate de oito dias;
Rondônia — O boi vale R$190,00 a arroba. Vaca a R$175,00. Novilha a R$180,00. Escalas de abate de doze dias;
Maranhão — O boi vale R$210,00 por arroba. Vaca a R$185,00. Novilha a R$185,00. Escalas de abate de onze dias;
Paraná — O boi vale R$225,00 por arroba. Vaca a R$200,00. Novilha a R$205,00. Escalas de abate de sete dias.
De acordo com dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), a relação entre os preços do boi magro e os contratos futuros na bolsa B3 indica um momento favorável para as compras de novos lotes dessa categoria de animal. A análise revela uma queda nos preços do boi magro durante o período de março a maio, impulsionada pela demanda relativamente baixa. Essa tendência sugere um cenário propício para os pecuaristas que estão planejando suas operações para o segundo semestre, com oportunidades de compra a preços mais vantajosos.
Mercado atacadista
No mercado atacadista, mesmo com a estabilidade dos preços, há preocupações com a reposição lenta entre atacado e varejo, especialmente durante a segunda quinzena do mês. Isso ocorre em meio a um cenário de excesso de oferta de carne de frango no mercado doméstico. O quarto traseiro foi precificado a R$ 18,00 por quilo, enquanto o quarto dianteiro permanece em R$ 14,00 por quilo, e a ponta de agulha segue cotada a R$ 13,00 por quilo.
ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Juliana Freire sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira, do Compre Rural.