Bolsonaro avisa que vetará projeto que libera jogos de azar

Depois que a Câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei que legaliza os jogos de azar no Brasil, o presidente Jair Bolsonaro (PL) reafirmou que, caso o texto passe pelo Senado, vetará a proposta.

O projeto aprovado pelos deputados nesta semana revoga dispositivos que criminalizam os jogos de azar e regulamenta o funcionamento de cassinos, de bingos e do jogo do bicho.

“Bem, o que eu já decidi aqui, a Câmara toda sabe, os presidentes da Câmara e do Senado também sabem: uma vez aprovada, a gente vai exercer nosso direito de veto”, afirmou, durante a live desta quinta-feira 24.

O presidente lembrou que mesmo assim, os parlamentares pode derrubar o veto, mas disse entender ser difícil que haja votos suficientes para isso.

Bolsonaro afirmou ainda que tentou atuar para que a proposta fosse rejeitada, mas não obteve sucesso. Segundo ele, há “limite” para atuar junto ao Congresso Nacional.

“A Câmara e o Senado, todo mundo sabe, têm autonomia. Alguns querem que eu reprove ou aprove certas coisas lá. Eu tenho o meu limite. Fiz o que pude junto a alguns parlamentares mais chegados na gente para ver se derrotava o projeto lá. Infelizmente, foi aprovado”, disse.

Ainda não há previsão de data para que a proposta seja votada no Senado. O projeto está em debate entre os parlamentares desde 1991 e demorou 31 anos para ter a aprovação na Câmara.

Um dos principais apoiadores do projeto foi o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). Deputados ligados a correntes evangélicas e católicas se colocaram contra à proposta.

A redação do Diário do Acre conversou com o advogado Paulo Fernando, de Brasília, sobre o tema: “o jogo nunca vem sozinho, o jogo sempre vem mal acompanhado e o que está por trás do jogo é a corrupção, a lavagem de dinheiro, o caixa dois das campanhas eleitorais, a agiotagem, o endividamento das famílias, a exploração sexual, prostituição, drogas, alcoolismo e muitas vezes até suicídio. Acreditamos que a legalização da jogatina no Brasil não seja a solução dos problemas que devemos enfrentar”. Paulo Fernando também é membro do Movimento Brasil sem Azar.

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