O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assumiu a presidência temporária do G20, grupo que reúne as 19 maiores economias do mundo, a União Europeia e, agora, a União Africana. A cerimônia aconteceu na manhã (horário de Brasília) deste domingo, 10, na cidade de Nova Delhi, na Índia, país que atualmente preside o bloco.
Antes de assumir o comando do bloco, Lula concedeu entrevista ao canal indiano “Firstpost“, no qual afirmou ser 100% contra a invasão da Rússia à Ucrânia, iniciada em 2022. No entanto, ele afirmou que, caso Putin vá ao Brasil para a próxima edição da cúpula, o líder russo não será preso. “Eu acredito que Putin pode ir facilmente para o Brasil. Se eu sou o presidente do Brasil e ele for ao Brasil, não há por que ele ser preso. Ele não será preso”, disse Lula, que reiterou ser favorável ao fim da guerra.
Em entrevista neste domingo, o professor de relações internacionais Paulo Velasco analisou as posições de Lula, dizendo que o presidente busca adotar uma postura equilibrada ao país, evitando abraçar a posição dos países do Ocidente.
“Ele está tentando manter o que o Brasil faz desde o ano passado, que é uma postura mais equilibrada. Lula evita abraçar diretamente a posição dos países ocidentais e membros da Otan. A gente vê o Brasil continuando no mesmo tom. o que também já era esperado. Inclusive o documento final da cúpula evitou qualquer menção à Rússia, Nesse ponto, o Brasil sofreu menos constrangimentos, a efeito de comparação, do que na cúpula do G7. Ali sim houve uma contundência muito grande no esforço de condenar a Rússia e a própria guerra”, disse Velasco.
O especialista afirmou ainda que a busca pelo equilíbrio almejado por Lula está se mostrando mais difícil a cada dia. “O Brasil está tentando se equilibrar entre dois mundos, o que se mostra cada vez mais difícil. Esse equilíbrio tem sido cada vez mais complicado”, concluiu.