Brasil deve fechar 2025 com produção de 56,5 milhões de sacas de café

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou, nesta quinta-feira, 4, o último levantamento da safra brasileira de café referente ao ano de 2025.

Segundo a estatal, o país produziu 56,5 milhões de sacas de 60 quilos do grão, o que representa o terceiro melhor resultado da série histórica da companhia — atrás apenas de 2020 e 2018. Com a colheita concluída, o volume é 4,3% maior do que o observado na temporada passada.

Apesar de estar em um ano de bienalidade negativa, a produtividade média melhorou, 30,4 sacas por hectare (+5,5%), puxada principalmente pelo café conilon, o que ajuda a explicar o bom desempenho. Quanto à área em produção, a estimativa é de que foram 1,85 milhão de hectares, um recuo de 1,2% no comparativo à safra passada. A produção de café arábica, principal espécie produzida no Brasil, foi de 35,76 milhões de sacas.

Em relação ao ano passado, isso representa 9,7% a menos. “A queda decorre principalmente do ciclo de bienalidade negativa, da diminuição da área em produção e de períodos de escassez hídrica ao longo da safra”, destacou a Conab no levantamento.

A área em produção do arábica neste ano foi de 1,49 milhão de hectares (-1,5%). Já a área em formação cresceu e chegou a 353,1 mil hectares (+12,3%). Minas Gerais é o Estado que concentra a maior parte da área total de cultivo da espécie. Em seguida, São Paulo aparece com 198,3 mil hectares.

O café conilon, por outro lado, apresentou um “aumento expressivo” no atual ciclo. Foram 20,8 milhões de sacas produzidas, 42,1% maior do que em 2024. “O resultado é atribuído à regularidade climática, que favoreceu o vigor das plantas e resultou em elevada carga produtiva”, explicou a estatal. A área em produção de conilon é estimada em 371,9 mil hectares. Quanto à área em formação, foram 43,2 mil hectares.

O maior Estado em área total continua sendo o Espírito Santo, com 286,7 mil hectares. Bahia, com 52 mil hectares, e Rondônia, com 46,7 mil hectares, vem na sequência.

Mercado

O levantamento também traz uma análise sobre o mercado internacional do café. Nos dez primeiros meses de 2025, as exportações somaram US$ 12,9 bilhões, o que já representa um recorde anual, sem os dados de novembro e dezembro.

Segundo a Conab, o crescimento nos preços médios do mercado internacional favoreceu essa alta. O volume foi de 34,2 milhões de sacas, uma queda de 17,8%. “Essa redução na quantidade exportada no acumulado dos dez primeiros meses de 2025 se deve especialmente à limitação dos estoques internos no início do ano, após o embarque recorde de 50,5 milhões de sacas de 60 quilos em 2024”, disse a estatal.

Já a expectativa quanto ao consumo mundial de café no ciclo 2025/2026 está em 169,4 milhões de sacas (+1,7%). A produção mundial de arábica está estimada em 97 milhões de sacas (-1,7%) e de conilon/robusta em 81,7 milhões de sacas (+7,9%). O cenário, aliado a estoques mais baixos, deve favorecer a manutenção dos preços em patamar de alta.

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