O Brasil e o México estabelecem um marco legal para cooperação agropecuária entre os dois países. A assinatura do Memorando de Entendimento aconteceu nesta quarta-feira, 27, após reunião entre o ministro da Agricultura e Pecuária brasileiro, Carlos Fávaro, com o secretário de Agricultura e Desenvolvimento Rural mexicano (Sader), Júlio Antônio Berdegué Sacristán.
Segundo o Mapa, o acordo trata de interesses de áreas mútuas entre os países na produção agrícola e pecuária, acompanhamento técnico de pequenos e médios produtores, soberania alimentar, sanidade animal e vegetal. Além disso, visa ainda a promoção de pesquisa e inovação tecnológica, financiamento e seguro rural, além de instrumentos que facilitem a comercialização de produtos agrícolas.
De acordo com o memorando, Brasil e México realizarão intercâmbio de informações, tecnologias e boas práticas, assim como visitas técnicas e atividades estratégicas de facilitação do comércio bilateral. Para isso, será criado um grupo de trabalho com representantes das áreas técnicas de ambos os países que irá identificar as áreas de interesse comum, planejar, implementar e atualizar o plano de trabalho.
No encontro, Fávaro destacou a importância da relação com o México e o comprometimento do Brasil com a rastreabilidade bovina. Segundo ele, a abertura do mercado de carne bovina e suína no México, em 2023, vem trazendo resultados muito positivos para ambos os países. Neste mês, os mexicanos ultrapassaram os Estados Unidos e se tornaram o segundo principal destino do produto brasileiro.
O ministro da Agricultura afirmou que, após o período de consolidação dessa abertura, empresas privadas do Brasil começaram a efetivar negócios, resultando em um crescimento de aproximadamente 250% nas exportações de carne bovina em apenas 2 anos e 8 meses. “No mesmo período, as vendas de carne suína aumentaram 95% e as de frango, 14%. Esses avanços são benéficos não apenas para o Brasil, mas também para o México, que, em seu programa de combate à inflação dos alimentos, encontra a oportunidade de adquirir carnes de alta qualidade”, detalhou.
Regionalização
Já o secretário de Agricultura e Desenvolvimento Rural do México, Júlio Berdegué, reafirmou o compromisso do país em adotar, no prazo de até dez dias após a ocorrência de eventuais casos de infecção em plantel aviário, — como a gripe aviária — um protocolo de regionalização que assegure a continuidade das exportações brasileiras.
Além do avanço nesse entendimento sobre o comércio de frango, também progrediram as negociações para a entrada do pêssego mexicano no mercado brasileiro e para a ampliação das vendas de atum do Brasil ao México.
Também participaram da reunião na sede da chancelaria mexicana: a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet; o presidente da Apex, Jorge Viana; os embaixadores Francisco Canabrava e Celso de Tarso; o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Mapa, Luís Rua e a adida agrícola no México, Adriane Cruvinel.