Brasil precisa investir para reduzir a dependência de fertilizantes importados, defendem ex-ministras da Agricultura

A produção de fertilizantes é uma grande oportunidade de investimentos para o Brasil, com efeitos positivos para a produtividade do agronegócio e as emissões de gases poluentes do meio ambiente, afirmam as ex-ministras da Agricultura Kátia Abreu, empresária e ex-senadora, e Tereza Cristina, senadora pelo PP do Mato Grosso do Sul. Elas participam do Lide Brazil Investment Fórum, em Nova York.

O Brasil importa hoje mais de 90% do fertilizante necessário à produção agrícola nacional, cerca de R$ 145 bilhões anuais, apesar de ser repositório de reservas do principal insumo, o potássio. A extração do mineral, no entanto, não recebe incentivos e é emperrada pelo licenciamento ambiental.

Para Tereza Cristina, implantar uma indústria robusta de fertilizantes no Brasil ajudaria a acelerar o crescimento do agronegócio. Por reduzir custos, ampliar a previsibilidade e a competitividade e também deixar menos pegadas de carbono.

— Trazer ao país indústrias de fertilizantes é essencial. Poucos países têm um cenário pronto para virar a chave e garantir segurança alimentar para todo o mundo, e fazer isso com sustentabilidade — pontuou a senadora.

Kátia Abreu afirmou que, paralelamente à atração de indústrias de fertilizantes, o Brasil precisa acelerar o licenciamento ambiental para a mineração de potássio, que, segundo ela, tem projetos parados a despeito das necessidades do Brasil. Ela defendeu que as perdas não são apenas de custo de competitividade mas também ambientais.

Segundo ela, o potássio importado do Canadá leva 107 dias para chegar ao Brasil “poluindo o mundo”. Da mina de Autazes, no Amazonas, por exemplo, o insumo chegaria em cinco dias.

— Temos potássio, fósforo, e nitrogenados que poderiam ser fabricados com o gás natural abundante que temos — elencou a ex-senadora.

O governador do Amazonas, Wilson Lima, afirmou que o licenciamento estadual para a empresa Potássio do Brasil explorar a mina de Autazes já foi concedido, e a instalação das operações já pode começar, em área de pastagens, sem necessidade de desmatamento adicional, garantiu. Em plena produção, a mina teria condições de garantir 20% do abastecimento do país, nos próximos 23 anos.

— Na Rússia, quantidade igual representa emissão de 600 toneladas (de gases poluentes). Em Autazes, seriam 100 toneladas — disse o governador. — Serão R$ 13 bilhões (de investimento) e 10 mil empregos, com redução de emissões e aumento da produção. E, ao aumentar a produtividade (da lavoura), diminui-se a pressão sobre novas áreas (para agricultura).

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