O cenário atual para a soja no Brasil aponta para um desafio significativo: o país está prestes a enfrentar o menor estoque de soja da última década. Este cenário é resultado de uma combinação de fatores, incluindo condições climáticas adversas e ajustes nas estimativas de produção e demanda.
Recentemente, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) estimou que a safra de soja brasileira atingirá um recorde de 155,27 milhões de toneladas. No entanto, essa quantidade impressionante não impede que os estoques finais sejam reduzidos significativamente. A previsão é que os estoques finais de soja fiquem 40% abaixo dos números da temporada anterior, totalizando apenas 3,017 milhões de toneladas. Este corte nos estoques finais reflete uma diminuição substancial em relação aos 5,066 milhões de toneladas registrados no ano passado.
As exportações de soja do Brasil também estão projetadas para uma queda. Em 2024, as exportações deverão totalizar 94 milhões de toneladas, uma redução em relação aos 101,86 milhões de toneladas exportados em 2023. Esta projeção se alinha com o quadro de oferta e demanda divulgado por Safras & Mercado. A redução nas exportações é um reflexo direto da diminuição nos estoques e do ajuste na produção e demanda.
A oferta total de soja deverá recuar 6%, passando para 154,317 milhões de toneladas, enquanto a demanda total está projetada para 151,3 milhões de toneladas, uma redução de 5% em relação ao ano anterior. Apesar do aumento na produção de farelo de soja, que deverá atingir 41,68 milhões de toneladas, as exportações desse produto devem cair 7%, e o consumo interno está projetado para um aumento de 3%.
No setor de óleo de soja, a produção deve se manter estável em 10,96 milhões de toneladas, com uma queda nas exportações e um aumento no consumo interno. O uso do óleo de soja para biodiesel deve crescer 18%, refletindo uma demanda crescente por fontes de energia renovável.
