O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu voltar a integrar a Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), organização esquerdista criada em 2010 pelo então ditador da Venezuela, Hugo Chávez, com a participação de todos os governantes socialistas da região.
Em 2020, o governo de Jair Bolsonaro (PL) oficializou a saída da Celac, que excluiu de sua composição Estados Unidos e Canadá e incluiu — sem qualquer reprovação pública — as ditaduras de Cuba, Nicarágua e a própria Venezuela. Ao todo, 33 países fazem parte da organização.
No Twitter, o Ministério das Relações Exteriores anunciou “a reincorporação de forma plena e imediata a todas as instâncias políticas e técnicas” da Celac.
Em nota publicada na quinta-feira 5, o Itamaraty disse que o reingresso também foi informado aos “sócios extrarregionais com os quais a Celac mantém diálogo regular”, como a União Europeia, Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean), a União Africana, a China e a Índia.
O Ministério também informa que o Brasil participou diretamente da criação da Celac, ao convocar e sediar, em 2008, na Costa do Sauípe, na Bahia, a I Cúpula de Países da América Latina e Caribe (Calc).
Ainda segundo a nota, a organização esquerdista tem em sua agenda temas como “segurança alimentar e energética, saúde, inclusão social, desenvolvimento sustentável, transformação digital e infraestrutura para a integração”.
“O retorno do Brasil à comunidade latino-americana de Estados é um passo indispensável para a recomposição do nosso patrimônio diplomático e para a plena reinserção do País ao convívio internacional”, disse o Itamaraty.
Lula já confirmou que participará, no fim deste mês, de uma da VII Cúpula de Chefes de Estado e de Governo da Celac, em Buenos Aires, quando fará sua primeira viagem internacional neste governo. Atualmente, a presidência rotativa da Celac está com a Argentina.