Cadê o dinheiro do projeto de revitalização do igarapé São Francisco? De Marina a Ricardo Salles, de Viana a Bittar, apenas promessas?

A recente inundação do igarapé São Francisco em Rio Branco chamou a atenção para uma promessa política que vinha até então sendo discutida em encontros em Brasília e no Acre, além de ter sido destaque nos jornais locais diversas vezes. Trata-se da proposta de revitalização do igarapé, feita pelo senador Marcio Bittar (União Brasil) durante os quatro anos do governo de Jair Bolsonaro, também com a participação da então deputada federal Vanda Milani, com o apoio do ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Sales, e de políticos locais como o prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom, e o governador Gladson Cameli. No entanto, até o momento, essa proposta não foi implementada, o que levanta questionamentos sobre a efetividade das promessas políticas feitas pelas autoridades.

Em janeiro de 2021, o governo do Acre anunciou uma parceria com o gabinete do senador Bittar, que garantiria R$ 50 milhões para a realização de uma obra ambiciosa de revitalização do igarapé São Francisco. 

O projeto, orçado em pouco mais de R$ 204 milhões, propõe uma série de medidas para despoluir o manancial, retirar as famílias que vivem às suas margens, construir praças e um parque, estações de tratamento de esgoto, recuperar a mata ciliar, construir pontes para pedestres e promover atividades de conscientização ambiental e monitoramento. 

A situação do Igarapé São Francisco é grave. Segundo o então secretário de Meio Ambiente do Acre, Israel Milani, filho de Vanda Milani, cerca de 85% da mata ciliar foi destruída. Lixo hospitalar e doméstico é jogado nos afluentes, além de assoreamento e construções ilegais às margens do manancial.

Em julho de 2020, o então ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e Bittar prometeram que o governo iria converter multas e disponibilizar recursos para a revitalização do igarapé São Francisco. No entanto, essa promessa ficou apenas no papel e nas fotos para publicações em redes sociais e jornais. Na realidade, desde a noite de quinta-feira (23), o transbordamento do igarapé, que corta cerca de 18 bairros de Rio Branco, tem causado estragos, desabrigando famílias e gerando caos na capital do Acre. 

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