Vamos falar da produção de café no Acre: Não se sabe ainda de nenhum metro quadrado de irrigação ou da real produtividade das mudas. Quando se solicita máquinas para plantio, arado ou gradagem, frequentemente estão quebradas ou sequer existem disponíveis. A distribuição de calcário é limitada a poucos produtores, e há relatos de mudas doentes. Por outro lado, o Acre marca presença na Semana Internacional do Café (SIC), levando uma comitiva pública e 12 produtores que, sem dúvida, merecem reconhecimento por sua dedicação.
Outro que se fizer terá reconhecimento é Jorge Viana, pois garantirá o mercado de exportação para China e outros países. Caso o faça, será um passo importante para sua reconciliação com o setor agropecuário, demonstrando seu real comprometimento com a expansão econômica do estado.
Apesar das críticas, é justo reconhecer um mérito na Secretaria de Estado de Agricultura (Seagri): a percepção de que o futuro da produção cafeeira acreana está nos cafés especiais. Competir em volume com estados como Minas Gerais, Espírito Santo e Rondônia seria inviável. Por exemplo, enquanto Rondônia prevê uma colheita de 3,5 milhões de sacas, o Acre espera produzir apenas 100 mil. Essa disparidade reforça a necessidade de focar na qualidade, agregando valor à produção.
As comparações com Rondônia, ainda que imprecisas, ajudam a mostrar o acerto estratégico de se investir no café especial. Se o Acre quiser prosperar, será preciso investir em tecnologia, infraestrutura e uma visão alinhada às suas características locais. O futuro da cafeicultura acreana depende de entender essa singularidade: ou o estado aposta na diferenciação e no valor agregado, ou corre o risco de permanecer em debates estéreis e resultados frustrantes.