Temendo os impactos do tarifaço de Trump na cafeicultura, a Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (ABICS) emitiu um novo manifesto, nesta sexta-feira, 01, reforçando a preocupação com a medida.
A ABICS lembra que, em 2024, com a importação do equivalente a cerca de 780 mil sacas de 60 quilos de café, os EUA responderam por aproximadamente 20% do total das exportações brasileiras de café solúvel, posicionando-se como o principal parceiro comercial neste segmento.
Segundo a Associação, além disso, o café solúvel brasileiro responde por mais de 25% do volume importado pelos EUA — sendo o segundo maior fornecedor a esse mercado. Diante da ordem assinada por Trump, entre os principais fornecedores do produto aos norte-americanos, o Brasil, é o país que sofrerá a maior tarifa. “O que deverá prejudicar sobremaneira a nossa competitividade”, destaca o manifesto.
“Pela certeza de eventual perda de mercado para o café solúvel produzido por outros concorrentes devido a taxas menores — como nos casos do principal fornecedor, o México, que poderá comercializar sem tarifas, e dos demais fornecedores após o Brasil, que sofrerão taxas de 10% a, no máximo, 27% —, a ABICS está, juntamente com as demais associações e entidades ligadas ao agronegócio café”, traz o texto.
O Abics reforça ainda, o estreito contato com a National Coffee Association (NCA) — representante do setor de café nos EUA —, além das autoridades brasileiras, esperando que o diálogo e as negociações entre as duas nações resultem na isenção de tarifas para todos os cafés do Brasil, em suas formas in natura e industrializados.