O mercado físico do boi gordo volta a apresentar alta em seus preços nesta quarta-feira (6). Segundo a consultoria Safras & Mercado, o ambiente de negócios ainda sugere por novos reajustes no curto prazo. De acordo com o analista da empresa Fernando Henrique Iglesias, isso ocorre em linha com a posição das escalas de abate, que permanecem encurtadas em grande parte do país.
“Os preços da carne seguem em alta no mercado interno, mas há limitações em função do baixo poder de compra da população brasileira, que tende a migrar para proteínas de menor valor agregado, caso da carne de frango, dos embutidos e do ovo” – revelou Fernnado.
Segundo a Agrifatto o mercado físico do boi gordo mostrou oscilações nas cotações do animal terminado, enquanto alguns estados registraram avanço, outros recuaram. As programações de abate continuam na “saga” dos 5 dias úteis, na média nacional.
A maior valorização ocorreu no Mato Grosso Do Sul, com alta de 0,85% no comparativo diário e o boi gordo precificado a R$ 318,56/@. Na outra ponta, encontra-se o Pará, que apresentou recuo de 0,54%, com o boi gordo cotado a R$ 295,45/@.
Na B3, mais um dia de altas, com todos os contratos registrando ajustes positivos e o vencimento para nov/24 cotado a R$ 333,95/@, com incremento de 1,52% na comparação feita dia a dia.
Olhando do outro lado do mundo, os chineses têm demonstrado incômodo com os novos valores propostos para o dianteiro bovino, o que tornou os negócios menos fluídos nesta semana. Segundo os importadores chineses, os preços ofertado estão elevados e o mercado interno não acompanha a alta que vem ocorrendo nas últimas semanas.
Ainda assim, o dianteiro bovino brasileiro com destino a China apresentou acréscimo de 3,85% no comparativo semanal, estabelecendo-se em US$ 5.400/t. Números da Agrifatto mostram que o valor médio da carne brasileira enviada para a China em julho era de de US$ 4.439/t, um aumento de quase 20%. A conclusão lógica é que, mais cedo ou mais tarde, os exportadores brasileiros deveriam repassar os valores para os chineses devido ao alta no custo do gado terminado.
A Secex, Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, anunciou ontem o resultado oficial das exportações brasileiras de carne bovina em outubro. Comparado com outubro/23, as exportações de carne bovina fresca, refrigerada ou congelada aumentaram em 47,2%. No acumulado do ano houve um aumento de 24,2%. Este ano vai se consolidando como o melhor ano de todos os tempos pros frigoríficos brasileiros.
Preços médios da arroba do boi
- São Paulo: chega a ser negociada em até R$ 330 a arroba. As negociações no estado se concentram a R$ 325 a prazo
- Minas Gerais: negociações acima da referência média no estado foram reportadas. No Triângulo Mineiro, indicação em até R$ 320/325 a arroba a prazo
- Goiás: negócios em até R$ 320 a prazo em Goiânia. Já em Mineiros, também foram relatados operações em até R$ 320
- Mato Grosso do Sul: na região de Naviraí, indicação de negócios a R$ 320, o mesmo ocorrendo em Campo Grande
- Mato Grosso: em Rondonópolis, relatos de negócios ao nível de R$ 310 a 315 a arroba. Em Cuiabá também foram relatadas negociações em mesmo patamar
O mercado atacadista voltou a apresentar preços mais altos. Segundo Iglesias, a perspectiva é de continuidade deste movimento no curto prazo, considerando a entrada dos salários na economia, o que motiva a reposição ao longo da cadeia produtiva.