A equipe médica do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deu, neste domingo, 21, detalhes sobre a cirurgia à qual ele será será submetido. O procedimento, segundo os médicos, será realizado para corrigir uma hérnia inguinal bilateral.
Também haverá um bloqueio anestésico do nervo frênico, com o objetivo de reduzir soluços persistentes que não respondem a tratamento medicamentoso.
“Considerando a presença de soluços persistentes e refratários ao tratamento medicamentoso instituído, está programado, durante o período de internação hospitalar, a realização de bloqueio anestésico do nervo frênico, com a finalidade de atenuar as crises de soluços”, relataram, em informe, os médicos cirurgião geral Claudio Birolini e cardiologista Leandro Echenique.
Os exames em Bolsonaro mostraram que parte do intestino se projetava para fora da parede abdominal durante a manobra de Valsalva, que aumenta a pressão interna do abdômen.
Durante a manobra de Valsalva, o paciente é submetido a um procedimento padronizado que resulta em aumento da pressão intratorácica, levando a uma série de alterações fisiológicas. Ele tenta expirar com a boca e nariz fechados e força abdominal,
Isso leva à redução da pré-carga no coração e alívio dos barorreceptores, que são receptores sensoriais localizados em certas artérias, como a aorta e as artérias carótidas, que detectam alterações na pressão arterial.
“Diante dos achados clínicos e de imagem, ele será submetido ao tratamento cirúrgico denominado herniorrafia inguinal bilateral”, reforçaram os médicos, o que indica que as crises de soluço devem estar sendo causadas pela lesão nervosa.
Hérnia de Bolsonaro
A hérnia ocorre quando tecido abdominal ou intestinal atravessa um ponto fraco da musculatura da virilha. Além disso, uma lesão em um nervo do tronco, consequência de cirurgia anterior, provoca os soluços frequentes.
A equipe médica informou que a cirurgia foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), na sexta-feira, 19, depois de perícia da Polícia Federal (PF) indicar a necessidade do procedimento, embora de forma eletiva.
A perícia recomendou que a intervenção ocorra “o mais breve possível”, mas a definição da data ficará a cargo dos advogados de Bolsonaro, que devem apresentar sugestões ao STF.
Bolsonaro cumpre pena de 27 anos e três meses na Superintendência Regional da Polícia Federal no Distrito Federal, por suposta tentativa de golpe de Estado.
Ainda não foram divulgadas informações sobre a data da cirurgia. Tampouco há previsão de duração da internação hospitalar, mas ambos os procedimentos serão realizados durante o período em que ele estiver no hospital.
