Estado só fica atrás de Santa Catarina e Rio Grande do Sul; preço elevado dificulta acesso e amplia informalidade no trânsito

O Acre possui a terceira Carteira Nacional de Habilitação (CNH) mais cara do país, segundo dados divulgados esta semana pelo Ministério dos Transportes. O estudo mostra que o custo do processo de formação de condutores no estado atinge 84,5%, índice que coloca o Acre atrás apenas de Santa Catarina (87,3%) e Rio Grande do Sul (86,2%).

As informações foram apresentadas pelo ministro Renan Filho ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, e a líderes partidários. A Bahia aparece em quarto lugar no ranking, seguida por estados como Pernambuco, Tocantins e Goiás. Já a Paraíba registra o menor custo do país, com 61,7%, seguida por Rondônia (63,9%) e Espírito Santo (64,8%).

O preço elevado tem impacto direto no trânsito brasileiro. De acordo com o levantamento, cerca de 20 milhões de pessoas dirigem sem habilitação. Entre os motivos, 49% disseram não possuir CNH devido ao valor do processo. Além disso, 80% dos entrevistados afirmaram considerar o procedimento caro ou muito caro, e 66% acreditam que o preço não condiz com o serviço oferecido.

A pesquisa também apontou que 64% dos moradores da região Norte e 71% do Nordeste ainda não possuem carteira de motorista. O cenário é ainda mais crítico entre pessoas com renda familiar de até um salário mínimo, faixa em que 81% não têm CNH, evidenciando uma barreira econômica que afeta principalmente as populações de menor renda.

O custo médio para obter a CNH inclui exames médicos e psicológicos, aulas práticas e teóricas, simulador (onde obrigatório) e taxas dos Detrans. Os valores variam conforme o estado, região e autoescola, mas a disparidade nacional revela desafios no acesso à regularização e maior risco de informalidade no trânsito brasileiro.