Coco: riqueza que sustenta famílias e projeta Mâncio Lima como referência no Acre

Poucos alimentos possuem tantas qualidades quanto o coco. Nutritivo, versátil e valorizado pela indústria alimentícia e de derivados domésticos, ele é considerado o terceiro melhor alimento do mundo, atrás apenas do leite materno e do ovo.

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Da água refrescante à carne nutritiva, passando pela fibra, chips, substrato e até mesmo o adubo orgânico, nada se perde. Em Mâncio Lima, ele não é apenas parte da alimentação: tornou-se base da economia de muitas famílias, movimentando feiras, fortalecendo a agricultura familiar e consolidando o município como referência estadual na produção e exportação.

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Quando Mâncio Lima ainda dava seus primeiros passos como município, nomes como padre Edson, Artur Cordeiro e José Bernardo já figuravam entre os pioneiros no manejo e comercialização do coco. Além de vender a fruta, aproveitavam seus derivados na produção de tapioca, pão de milho e beijus, evidenciando desde cedo o valor econômico e cultural dessa palmeira e lançando as bases de uma economia que, décadas depois, se tornaria essencial para a região.

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Um dos grandes incentivadores da cultura do coco é o empresário e ex-prefeito Luiz Helosman, que desde 1977 apostou nesse nicho econômico e nunca abandonou o cultivo. Hoje, em sua propriedade urbana de cinco hectares com mil pés de coco, produz em média cinco mil unidades por semana, destinadas a uma indústria em Rio Branco. Ele aproveita todas as partes do fruto: água, carne, fibra, chips e substrato. A saca da fibra é comercializada a R$ 20, e cada fruto verde ou seco sai a R$ 2.

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“Vale a pena investir, porque o coco tem grande retorno. Hoje já existem empresas que dependem do coco de Mâncio Lima. Não podemos deixar que outros ganhem fama com a nossa produção, como aconteceu com a farinha. Com a melhoria das estradas, ficou mais fácil enviar para fora e hoje o coco de Mâncio Lima tem aceitação garantida na capital. Nosso desafio agora é industrializar aqui, aproveitando todos os subprodutos e mantendo a renda dentro do município. O coco precisa ser reconhecido como um produto nosso e valorizado aqui mesmo”, afirmou Helosman.

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Agricultura diversificada e renda estável

Outro exemplo de sucesso é Edno Ferreira Guedes, 68 anos, morador do Ramal do Nena, na estrada do Batoque. Com três hectares e 500 pés cultivados, colheu em agosto cerca de 20 mil frutos, vendidos a R$ 1,70 para Cruzeiro do Sul e Rio Branco, de acordo com o produtor rural, de janeiro a agosto de 2025 sua renda só com a comercialização do fruto chegou a R$ 50 mil . Em nove anos, já alcançou mais de R$ 500 mil em receita, chegando a uma média mensal de três salários mínimos apenas com a produção de coco.

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Ele lembra que o I Festival do Coco foi um divisor de águas para seu negócio, quando teve oportunidade de expor e conquistar os primeiros compradores:

“Foi no festival que a porta se abriu. Lá conheci meu primeiro comprador de Cruzeiro do Sul, que levava de 200 a 300 cocos por semana. Depois passei a fornecer também para Rio Branco. Hoje consigo vender em média 800 cocos por semana. O coco foi fundamental para mudar minha vida, garantir minha casa, meu carro e sustentar minha família, continuo investindo para aumentar e melhorar a produção. Dá para viver bem do coco, desde que o agricultor acredite no plantio e cuide bem da lavoura”, afirma emocionado.

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Para o prefeito Zé Luiz Gomes, reforça o papel desta cultura agrícola como símbolo da força da agricultura familiar, sendo hoje um dos dos pilares da economia do município e  que precisa continuar recebendo incentivo:

“Mâncio Lima é hoje a maior produtora de coco do Acre, e o fruto é responsável por garantir renda a centenas de famílias. Estamos falando de um alimento rico, com inúmeros usos e que tem mercado garantido dentro e fora do estado. Nosso compromisso é fortalecer essa cadeia produtiva, ampliar oportunidades e garantir que o coco de Mâncio Lima seja reconhecido como produto de qualidade, capaz de gerar emprego, renda e desenvolvimento para nossa cidade.”

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Na feira do Produtor Rural de Mâncio Lima, o coco também tem lugar de destaque. Marlinda Maia Virgínia, agricultora de 40 anos, utiliza o fruto em diversos preparos que se tornaram indispensáveis na mesa das famílias: beiju de goma, tapioca, pamonha, canjica e cocada.

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“O coco está em tudo que fazemos. É ingrediente indispensável, que dá sabor e qualidade aos nossos produtos. Me sinto feliz em trabalhar na feira, porque é minha fonte de renda e meu orgulho.” – destaca Marlinda.

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A trajetória dos produtores, aliada ao empreendedorismo e à tradição, mostra que o coco é mais do que um fruto: é símbolo de resistência, trabalho e esperança, e reafirma-se como um patrimônio de Mâncio Lima. Em cada propriedade, feira ou indústria que recebe o produto, há a marca de um município que cresce com dignidade e vê na agricultura familiar um caminho para o futuro.

Assessoria de Comunicação Social
Jenildo Cavalcante
Imagens: Evandro Ibernon
Drone: Pedro Benevides

 

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