O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a defender sua política de tarifas nesta segunda-feira (24) e afirmou que os pagamentos ao governo americano estão prestes a “disparar”. O tema, que já movimenta a economia norte-americana, também chama atenção no Brasil, já que decisões desse tipo podem impactar exportadores brasileiros e todo o comércio internacional.
Trump diz que arrecadação vai “skyrocket”
Em uma publicação nas redes sociais, Trump alegou que compradores estrangeiros teriam estocado produtos antes da adoção dos novos impostos, conseguindo atrasar os pagamentos. Agora, segundo ele, esse estoque está acabando, e a arrecadação dos EUA estaria prestes a atingir níveis históricos. Para o presidente, isso representaria mais riqueza e segurança nacional para os americanos.
Suprema Corte pode derrubar tudo
O problema é que a legalidade dessas tarifas está sendo julgada pela Suprema Corte dos EUA. Os ministros analisam se Trump excedeu seus poderes ao usar uma lei de 1977 — o International Emergency Economic Powers Act —, que permite ao presidente agir em caso de ameaça à segurança nacional, mas não faz referência a tarifas ou impostos.
A audiência aconteceu em 5 de novembro, e a decisão deve sair até junho de 2026. Se a Corte decidir contra Trump, mais de US$ 89 bilhões já arrecadados poderão ter de ser devolvidos.
E o Brasil com isso?
O Brasil tem muito a observar nesse processo. O governo brasileiro e empresas exportadoras acompanham de perto porque:
- Tarifas americanas podem afetar diretamente produtos brasileiros, como aço, alimentos, combustíveis e manufaturados.
- Na semana passada, Trump zerou tarifas sobre produtos agrícolas do Brasil em um esforço para reduzir o preço da comida nos EUA — uma medida bem recebida pelo agronegócio brasileiro.
- Uma eventual derrota de Trump na Suprema Corte pode gerar insegurança jurídica e afetar negociações futuras entre Brasília e Washington.
Além disso, o Brasil depende fortemente das exportações para mercados grandes como os EUA. Qualquer mudança brusca na política comercial americana pode mexer com preços, contratos e até empregos por aqui.
Casa Branca segue em clima de tensão e agenda cheia
Mesmo com a disputa judicial, o governo americano segue com sua agenda política. A Casa Branca recebe hoje a árvore de Natal de 2025, com a primeira-dama Melania Trump liderando a cerimônia. Mais tarde, Trump assina uma nova ordem executiva — ainda não detalhada.
Na última semana, o presidente também sancionou uma lei que obriga o Departamento de Justiça a divulgar documentos sobre Jeffrey Epstein, ampliando a pressão sobre órgãos federais.
Expectativa mundial
No fim das contas, a decisão da Suprema Corte não afeta só os EUA. Ela mexe com cadeias globais de comércio, mercados financeiros e parceiros internacionais — como o Brasil, que pode ganhar ou perder espaço dependendo do rumo que Washington tomar.
Enquanto isso, Trump segue confiante, prometendo arrecadação recorde. O mundo, porém, aguarda o que realmente vai “skyrocket”: se serão as tarifas… ou a disputa jurídica.


