O agronegócio brasileiro, conhecido como o “celeiro do mundo”, enfrenta atualmente um desafio crucial: a escassez de mão de obra qualificada. Esse cenário se intensifica em Mato Grosso, um dos estados mais importantes na produção agrícola e pecuária do país, onde a demanda por profissionais capacitados é crescente.
Uma Carência que Atinge Diversos Segmentos
Carlos Cabral, gerente de operações da Unidade Lucas do Rio Verde, destaca a gravidade do problema: “Porque mão de obra qualificada aqui na nossa região é um problema realmente”. Esta dificuldade não se restringe apenas ao campo, mas também se estende às indústrias que suportam o agronegócio.
“A gente pensa em, obviamente, aumentar o quadro de funcionários, porque é uma demanda nossa e nada melhor do que ter uma pessoa qualificada e ter sido treinada e capacitada dentro da fábrica”, afirma Cabral, destacando a importância de profissionais adaptados ao modo de trabalho específico das operações locais.
Resultados Alarmantes de uma Pesquisa Abrangente
Um estudo conduzido pelo Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), em colaboração com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-MT), revela que mais de 70% dos produtores enfrentam dificuldades significativas na contratação de novos funcionários. Este desafio leva muitos empregadores a buscar talentos fora do estado, uma prática adotada por mais de 30% dos entrevistados.
Rodrigo Silva, coordenador de inteligência de mercado do Imea, enfatiza: “A gente vê uma migração para atender toda essa demanda de empregos aqui em Mato Grosso”. A pesquisa entrevistou 392 produtores rurais de 94 municípios, revelando uma clara escassez de operadores de máquinas e vaqueiros, profissões essenciais para o setor.
Investimentos em Capacitação e Geração de Oportunidades
Apesar dos desafios, há um lado positivo nesse panorama: o crescimento contínuo do agronegócio no estado está gerando empregos. Grandes empresas, como a mencionada pela matéria, estão investindo em programas de treinamento e parcerias estratégicas para suprir suas necessidades de mão de obra.
Um exemplo é o programa Menor Aprendiz, que combina educação formal com experiência prática. Carlos Cabral explica: “A gente começa a capacitar esses menores aqui na fábrica e nós também temos um programa junto ao Senai onde a gente pega mão de obra qualificada e a Amaggi ela contrata essa mão de obra, paga o treinamento para essa mão de obra”.
Alexandre Brites, um dos jovens aprendizes beneficiados por essas iniciativas, compartilha sua experiência positiva: “Têm sido bem interessante! A empresa oferece muitas oportunidades aqui, né?! E na verdade o nosso trabalho aqui é aprender”.
Perspectivas para o Futuro
O desafio de encontrar e reter mão de obra qualificada no agronegócio de Mato Grosso não é trivial, mas iniciativas como os programas de aprendizagem demonstram um caminho promissor. A colaboração entre empresas, instituições de ensino e órgãos de pesquisa é essencial para enfrentar esse desafio e garantir um desenvolvimento sustentável do setor.
Em resumo, a busca por profissionais qualificados é uma prioridade urgente para sustentar o crescimento contínuo do agronegócio em Mato Grosso, assegurando que o estado continue a desempenhar um papel fundamental na alimentação não apenas do Brasil, mas do mundo.