Com quem fica o lucro no mercado da carne?

Esse é um assunto polêmico e que ninguém teve a coragem e a iniciativa para tratar, mas com quem realmente fica de fato o lucro do mercado da carne? Já inicio trazendo a resposta, não são os pecuaristas.

Não precisa fazer uma grande pesquisa para ver que não existe nenhum corte de carne nas gôndolas das redes de supermercado com uma margem menor que 40%. Isso podemos comprovar facilmente, basta visitar qualquer um desses grandes mercados da cidade.

A margem de lucro do produtor gira em torno de 3%, isso quando o negócio está razoável. Na maioria das vezes nem chega a 1%. Os frigoríficos ficam numa média de 5% a 6% de ebitda. E o varejo? São eles que ficam com a maior fatia, a margem bruta chega facilmente a 40%.

Mas a vida toda foi assim, o produtor e o frigorífico ralando e com uma carga gigantesca nas costas, e não só tributária, tem também a questão trabalhista, ambiental, a insegurança jurídica e o varejo segue surfando a onda em cima da cadeia como um todo.

Já imaginou se as margens fossem equilibradas? a cadeia do mercado de carne não sofreria tanto. Se ao menos o varejo tivesse o bom senso de ajustar a margem e repassasse de imediato o preço da redução, ajudaria a fomentar ainda mais o consumo e a cadeia não se desequilibrava, pois o que faz o preço/margem é a demanda.

A coluna “Diário questiona” analisa semanalmente questionamentos sobre assuntos pouco comentados no Acre, no Brasil, que ocorrem nos bastidores do poder e que influenciam tanto na política quanto na economia. Para envio de sugestões de pautas entre em contato com a nossa equipe pelo e-mail contato@diariodoacre.com.br.

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