O município do Rio de Janeiro entrou em estágio 2 de atenção, o que significa risco de ocorrência de alto impacto, por conta da operação das polícias Militar e Civil deflagrada nesta terça-feira (28), na região dos complexos da Penha e do Alemão. De acordo com o governo do estado, a ação mobilizou 2,5 mil policiais civis e militares para prender lideranças criminosas e impedir o fortalecimento do Comando Vermelho.
Segundo o Centro de Operações e Resiliência da Prefeitura do Rio de Janeiro, vias no entorno dos complexos do Alemão, Penha, Chapadão, São Francisco Xavier, na zona norte; Freguesia, em Jacarepaguá; e Taquara, na zona sudoeste, passam por interdições temporárias em função de ocorrências policiais.
Segundo a Rio Ônibus, mais de 100 linhas tiveram os itinerários alterados. De acordo com a Mobi-Rio, os corredores Transbrasil e Transcarioca do BRT, além dos serviços de conexão do BRT, foram impactados pelas ocorrências.
As recomendações da prefeitura são:
- Evitar circular nas regiões impactadas pelas ocorrências policiais;
- Permanecer em local seguro;
- Manter-se informado através dos meios de comunicação e canais oficiais do COR;
- Baixar o aplicativo do COR.Rio, disponível para Android ou iOS;
- Se necessário, usar os telefones de emergência 190 (Polícia Militar) e 193 (Corpo de Bombeiros);
A operação deixou, ao menos, 64 mortos. De acordo com o governo do estado, até o momento, 81 pessoas foram presas, 72 fuzis apreendidos e “grande quantidade de drogas ainda em contabilização”.
Comissão
A Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) informou, em nota, que acompanha “com extrema preocupação a escalada de violência provocada pela megaoperação”. A comissão informou que vai oficiar o Ministério Público e as polícias Civil e Militar cobrando explicações sobre as circunstâncias da ação, “que transformou novamente as favelas do Rio em cenário de guerra e barbárie”.
Para a presidente da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania, deputada Dani Monteiro (PSOL), “nenhuma política de segurança pode se sustentar sobre esse banho de sangue”. “O Estado não pode continuar tratando a vida de todas as vítimas como descartável, nem as favelas como território inimigo ou palco de espetáculo. É preciso garantir a proteção de moradores e policiais, priorizando direitos, inteligência e planejamento em vez de violência e terror”, afirmou a deputada.


