Comissões da Câmara viram palco para ‘lacração’, e caos em audiências incomoda até Lira e símbolos da oposição a Lula

A semana na política foi marcada pela presença de membros do primeiro escalão do governo Lula nas comissões da Câmara dos Deputados. A previsão era que o Legislativo Federal recebesse ao menos cinco ministros para audiências com deputados federais. No total, foram ao menos cinco sessões com os membros do primeiro escalão do governo. No entanto, se as projeções apontavam uma semana delicada para o governo, que estaria “na mira” dos congressistas, a realidade trouxe um quadro mais favorável ao Palácio do Planalto. Isso porque, na contramão dos ministros mais preparados, os deputados protagonizaram diversas brigas e cenas de “imaturidade” durante as audiências, o que levou a troca de farpas entre membros de partidos, discussões, representações no Conselho de Ética, agressões verbais, acusação de assédio sexual e até a presença a Polícia Legislativa em um colegiado.

O caso mais emblemático envolvendo as brigas entre parlamentares aconteceu na Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, durante sessão com o chefe da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB-MA), na última terça-feira, 11. Convidado para falar sobre decreto de armas, atos de 8 de janeiro, sua ida ao Complexo da Maré e outros temas, Dino aguardava as perguntas dos parlamentares quando começou o bate-boca entre membros do colegiado, com gritos, discussões, acusações de agressões e inúmeras interrupções. “Se não mantiveram a ordem mínima, o ministro disse que vai levantar e sair”, antecipou o presidente do colegiado, deputado federal Ubiratan Sanderson (PL-SP).

No entanto, as situação ganhou contornos ainda piores. Em dado momento, deputados governistas acusaram a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) de mandar o deputado federal Duarte (PSB-MA) “tomar no **” e, agora, prometem acionar o Conselho de Ética contra a parlamentar. Vale dizer que, baixarias à parte, Zambelli e Duarte sequer integram a comissão de Segurança.

Em outra frente, a deputada federal Julia Zanatta (PL-SC) acusa o deputado federal Márcio Jerry (PCdoB-MA) de assédio sexual por episódio ocorrido durante a audiência e que baseou o pedido de cassação por quebra de decoro parlamentar apresentado pelo Partido Liberal (PL). Em um terceiro momento, Flávio Dino pediu uso da palavra e disse que não iria admitir ofensas vindas dos parlamentares. “Não sou réu, não sou acusado. Estou na condição de convidado e estou aqui para responder perguntas”, disse o ministro. O cenário como um todo fez com que o presidente da comissão decidisse antecipar o fim da audiência, causando um novo cenário de caos no colegiado. “Fujão, fujão, fujão”, ecoavam deputados da oposição enquanto o ministro da Justiça se levantava para sair da audiência. “Tais atitudes reforçam a necessidade do controle de armas. Imaginem essa gente com arma na mão, sem estabilidade emocional. Um perigo para a sociedade”, afirmou Dino.

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