Como agregar valor à produção de áreas recuperadas? Certificação internacional pode ajudar

Agregar valor devido à forma sustentável de produzir ainda é um desafio. Para diminuir esse problema, empresas vêm criando certificações de boas práticas, o que favorece o surgimento de um ambiente que liga os produtores de matéria-prima a consumidores interessados nesses produtos. 

A proposta desse tipo de sistema resume o certificado FSA (sigla em inglês para Avaliação de Agricultura Sustentável) da Plataforma SAI (sigla em inglês para Iniciativa de Agricultura Sustentável). Esse espaço reúne empresas de bebidas e alimentos, e produtores rurais. 

No Brasil, a Syngenta iniciou um projeto piloto para levar essa certificação aos produtores que fazem parte do Reverte — programa de conversão de pastagens mantido em parceria com o Itaú. Ao todo, quatro produtores já conseguiram o selo, sendo três no nível ouro, o mais elevado, e um no nível prata. Outros dois estão em processo de reconhecimento.

“É uma certificação que já é reconhecida globalmente. Várias empresas da indústria de alimentos apoiam essa certificação, e ela atesta que o produtor cumpre requisitos de responsabilidade social, responsabilidade ambiental e boas práticas de produção”, destaca à reportagem o gerente do Reverte e de projetos de Sustentabilidade da Syngenta, Jonas Oliveira. 

Ele complementa: “A ideia da certificação é a gente conectar a cadeia de valor para conseguir que o produto dessas fazendas tenha uma valorização, que o produtor seja premiado por isso”. 

Ganhos ainda em negociação 

A ideia da multinacional de insumos agropecuários é levar o certificado para todos os produtores do Reverte, atuais e futuros. Por isso, o início foi feito com uma quantidade menor de agricultores para entender os desafios e como tornar a certificação escalável.

Um dos pontos que vai determinar o sucesso ou não do seguimento do certificado dentro do Reverte é o retorno financeiro. Por ser recente, menos de um ano, os produtores certificados ainda não conseguiram agregar valor aos produtos. Mas Oliveira conta que já há tratativas nessa direção.

“A gente está em fase de discussão com algumas tradings, por exemplo, que ficaram interessadas na proposta e vamos entender a viabilidade da certificação e, principalmente, de uma negociação mais atrativa para esses produtores”, destaca. 

*Jornalista viajou a convite da Syngenta e do Itaú BBA

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