Crise nas estatais: prejuízo de R$ 8,3 bilhões em 2025 é o maior em mais de 20 anos

Correios concentram mais da metade das perdas e reacendem debate sobre privatização no país

O setor de empresas estatais brasileiras enfrenta um dos piores cenários econômicos das últimas décadas. Segundo dados do Banco Central, o déficit primário acumulado entre janeiro e agosto de 2025 chegou a R$ 8,3 bilhões, o maior desde o início da série histórica, em 2001. A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) é a principal responsável pelo resultado negativo, respondendo sozinha por R$ 4,4 bilhões em prejuízos no primeiro semestre do ano.

A situação dos Correios é considerada crítica: o rombo bilionário, somado à queda de receita e aumento da dívida, levou a estatal a anunciar um plano de reestruturação que inclui demissão voluntária, renegociação de contratos e venda de imóveis ociosos. Segundo o presidente Emmanoel Schmidt Rondon, que assumiu o cargo recentemente, a empresa “não se adaptou à nova realidade do mercado”, especialmente com o avanço do e-commerce e o declínio dos serviços postais tradicionais.

O cenário reacendeu o debate sobre privatizações. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), defendeu a medida como saída para os prejuízos recorrentes. Ele criticou a condução das estatais durante os governos do PT, afirmando que “elas sempre dão prejuízo” sob a gestão do partido.

Historicamente, os resultados das estatais oscilam conforme o governo: durante o primeiro mandato de Lula, houve superávit; já no governo Dilma Rousseff, as perdas se ampliaram. Posteriormente, sob Michel Temer e Jair Bolsonaro, as contas voltaram ao azul, encerrando 2022 com superávit de R$ 6,1 bilhões.

Com um rombo sem precedentes e resistência política à privatização, especialistas apontam que a modernização e eficiência administrativa serão cruciais para que as estatais — especialmente os Correios — retomem a sustentabilidade e evitem novo colapso financeiro.

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