Estatal prevê empréstimo bilionário, fechamento de agências e medidas de contenção para tentar equilibrar as contas.
Os Correios aprovaram, nesta quarta-feira (19/11), um amplo plano de reestruturação para tentar enfrentar a grave crise financeira que atinge a estatal. A proposta inclui a contratação de um empréstimo que pode chegar a R$ 20 bilhões ainda em novembro, destinado a quitar dívidas e obrigações de curto prazo. A medida surge em meio ao aumento expressivo de custos e à queda contínua nas receitas do serviço postal brasileiro.
O plano será executado em três fases: recuperação financeira, consolidação e crescimento; prevê ações como a monetização de ativos, incluindo a venda de imóveis avaliados em até R$ 1,5 bilhão. A empresa também pretende realizar um enxugamento da rede, com o fechamento de até mil agências consideradas deficitárias, além de lançar um Programa de Demissões Voluntárias e revisar a estrutura de gastos com o plano de saúde dos servidores.
Segundo dados da própria estatal, o primeiro semestre de 2025 registrou despesas de R$ 5,4 bilhões, resultando em um déficit líquido de R$ 4,5 bilhões. Mesmo assim, a projeção interna é de que o rombo comece a diminuir em 2026, com possibilidade de retorno à lucratividade apenas em 2027, desde que todas as etapas da reestruturação sejam cumpridas.
Para fortalecer a competitividade da empresa no médio e longo prazo, os Correios também avaliam operações de fusões, aquisições e reorganizações societárias. A estratégia busca reposicionar a estatal diante do avanço de grandes players privados no setor de logística e entrega.
A reestruturação ocorre sob comando do novo presidente, Emmanoel Schmidt Rondon, que assumiu o cargo em setembro após a saída do ex-presidente Fabiano Silva dos Santos. Funcionário de carreira do Banco do Brasil, Rondon sinaliza que a prioridade será estabilizar as contas e garantir a sobrevivência da estatal nos próximos anos.



