Desigualdade e falta de saneamento básico preocupam no Acre

O saneamento básico é um dos principais desafios enfrentados pelo Brasil, e a triste realidade não é diferente no estado do Acre. Segundo dados do Censo 2022, divulgados recentemente, a maioria dos acreanos não possui acesso adequado à água potável e ao esgoto coletado.

Um comparativo entre a capital, Rio Branco, e outros municípios do estado revela a situação preocupante. Rio Branco está entre os 10 piores municípios do país em saneamento básico, de acordo com o Ranking do Saneamento do Instituto Trata Brasil. Embora tenha um índice um pouco melhor em relação aos demais municípios do estado, a realidade geral ainda é alarmante.

Em relação ao esgoto, 67,98% da população de Rio Branco tem acesso a sistemas de coleta, como rede geral, rede pluvial ou fossa ligada à rede. No entanto, essa porcentagem cai consideravelmente nos municípios do interior, como Mâncio Lima, com apenas 1,08%, e Brasiléia, com 32,33%. Isso significa que a maioria dos acreanos não possui uma destinação adequada para seus dejetos, de acordo com os padrões do Plano Nacional de Saneamento Básico.

Quanto ao abastecimento de água potável, apenas 59,3% da população de Rio Branco tem acesso à rede geral de distribuição. Em Feijó, esse número cai para apenas 15,86%. Esses dados revelam que quase metade da população de Rio Branco não possui acesso adequado à água potável. A situação é semelhante na maioria dos outros municípios, com exceção de alguns, como Cruzeiro do Sul, Brasiléia e Mâncio Lima, onde os índices são um pouco mais altos.

Além disso, há uma grande desigualdade nos indicadores de coleta de lixo e banheiro de uso exclusivo no domicílio. Em Rio Branco, 94,67% das pessoas têm o lixo coletado, enquanto em Santa Rosa do Purus esse número cai para 42,6%. Apenas 95,97% da população da capital tem um banheiro exclusivo em casa, enquanto em Marechal Thaumaturgo esse índice é de apenas 39,03%.

A falta de saneamento básico é um dos principais marcadores de desigualdade territorial e social no Brasil, como aponta a reportagem especial do Metrópoles. As consequências são um ciclo vicioso para as famílias que vivem sem acesso adequado a serviços básicos. Além de serem mais suscetíveis a doenças, essas populações encontram dificuldades para estudar e conseguir oportunidades de emprego.

É essencial que essa realidade caótica do saneamento básico no Acre seja lembrada e não negligenciada nas plataformas políticas durante as campanhas eleitorais. A busca por soluções para melhorar a infraestrutura sanitária do estado deve ser prioridade nas agendas políticas, visando garantir uma vida digna e saudável para todos os acreanos.

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