O amigo Ronan Matos me deu a informação de que o site Diário do Acre estava aniversariando. Nasceu no ano de 2021, e que já estava completando três anos. Antes de dizer da minha satisfação em comemorar essa efeméride, me imponho o dever de fazer uma retrospectiva até chegar à criação desse importante veículo de comunicação da Direita Acreana.
Fazia mais de dez anos que cheguei a constatação de que no Acre só havia uma corrente de pensamento político. Todo mundo de esquerda. Mesmo os políticos que faziam oposição ao Partido dos Trabalhadores (PT), ao fim e ao cabo, defendiam as ideias de esquerda.
Qual era a lógica dos que faziam oposição ao PT? Ao fim e ao cabo o que pretendiam eram os cargos. Recordo-me que o PT dizia que a oposição não tinha projeto. Era uma incontestável verdade. A oposição acreditava que era superior (moralmente superior), porque chegando ao poder não seria corrupta.
Sim. Mas, não tinha projeto. Ludwig Von Mises, notável economista que desmascarou o comunismo (foi comunista por alguns meses, constatando depois que isso não funcionava), diz que o projeto contrário ao comunismo é o liberalismo. Ora, se a oposição não defendia liberalismo, consequentemente não tinha projeto. Repita-se. Lutava apenas por cargos.
Partindo dessa premissa, eu e mais alguns idealistas (liberais conservadores), chegamos à conclusão de que precisaríamos provocar o debate sobre um projeto para o Acre, que seria o mesmo projeto para o Brasil. Decidimos criar um grupo que pudesse suscitar o debate e contribuir para a formação de uma nova mentalidade política, já que as ideias socialistas (no Acre com o nome de ambientalismo), haviam fracassado totalmente. Especialmente no último governo do PT, já nos seus estertores.
De forma muito modesta criamos em 2015 um grupo de liberais conservadores no aplicativo WhatsApp. O clima de falta de liberdade no Acre era tão grave que lembro de um comentário de uma médica que tentei trazer para o grupo. Disse-me a médica: amanhã essa proposta já estará na mesa do governador. Ela se referia ao governador que estava no poder em 2015. Apesar dos temores e clima de perseguição, não nos intimidamos.
Não nos limitamos a discutir o tema apenas no aplicativo acima citado. Passamos a agir para convencer a sociedade de que o projeto oposto ao comunismo é o liberalismo. É a sociedade aberta, na defesa do capitalismo, que gera progresso. Foi o capitalismo, ao longo dos últimos três séculos, que retirou milhões de pessoas da miséria. Inclusive a miséria criada pelo socialismo.
Pois bem. Não posso deixar de registrar o papel do meu amigo Nilo Barreto que nos apresentou a literatura conservadora do Instituto Plínio Correia de Oliveira. Uma obra fundamental apresentada por Nilo era o livro, quase uma encíclica, de autoria do Dr. Plínio Correia de Oliveira, intitulada “Revolução e Contra Revolução”. Li o livrinho várias vezes. Convenci-me que precisamos agir como contra revolucionários para barrar a obra nefasta do comunismo.
Os livros da “Escola Austríaca”, sobre os quais tomávamos conhecimento através do grupo de whatsApp, e que os líamos ávidamente, eram divulgados nas palestras que fazíamos nas faculdades, nas escolas de nível médio, nas Câmaras de Vereadores, em associações comerciais e em entrevistas e programas de rádios que fazíamos.
O interesse pela discussão das ideias liberais conservadoras foi de tal forma que, passados quase dez anos, o grupo criado no WhatsApp ainda não se desfez. Não vou citar nomes que foram importantes na divulgação das ideias liberais conservadoras porque posso cometer injustiças. Todos os políticos (inclusive com mandatos eletivos) contrários às ideias comunistas, fazem parte do grupo dos liberais. É só entrar no grupo e fazer a constatação.
Os homens de boa vontade, que realmente querem um Acre prosperando, se deram conta de que o projeto para desenvolver o Acre é o projeto liberal. É o capitalismo. Só o capitalismo gera emprego e renda. O Estado não produz nada. Apenas retira dos que produzem através de uma carga tributária aumentando progressivamente. É um dos motivos do fracasso do governo atual que só pensa em gastar.
Pois bem. Há três anos, eu e meu saudoso amigo Rodrigo Pires (precocemente morto), a quem presto minhas homenagens pelo papel que teve na mudança da mentalidade acreana, no que concerne ao caminho que devemos trilhar para chegar ao progresso material e espiritual, discutimos como poderíamos contribuir ainda mais para que nossas ideias atingissem maior número de pessoas. O que constatamos na classe política ocorre também na classe jornalística. Toda a formação dos nossos jornalistas se deu sob a égide de uma universidade completamente de esquerda.
A imprensa acreana também é de esquerda, paradoxalmente contrária ao que pensa a opinião pública do Acre. O povo é conservador, mas a classe jornalística é progressista.
E aqui, prestamos nossas homenagens ao Diário do Acre, mas também ao jovem jornalista Ronan Matos, que desde a sua adolescência vem, com inteligência e perspicácia, dando enorme contribuição à formação de uma nova mentalidade, especialmente entre os jovens.
Nos seus três anos de existência, dou meus parabéns ao site Diário do Acre, especialmente ao amigo Ronan Matos, por defender:
- A liberdade de expressão como mecanismo de desenvolvimento político e social;
- A pluralidade como forma de estimular um debate público maduro e sadio;
- A defesa da família como unidade fundamental da sociedade;
- O respeito à propriedade privada;
- A valorização do agronegócio;
- A liberdade religiosa e os valores Cristãos;
- A regularização fundiária (urbana e rural), como mecanismo para transformar o Acre num Estado de proprietários, como o é o vizinho Estado de Rondônia, que passou a ser nosso modelo de desenvolvimento.