Diário Teológico: Como destruir sua Igreja

Em tempos de verdades líquidas nos quais a única certeza sobre a verdade, é que ela não passa de uma opinião de alguém, tão verdadeira quanto qualquer outra coisa que se diga, não importando o quão distante da realidade está aquilo que se diz. Para piorar o quadro diante de nós, vários agentes revolucionários colaboracionistas fazem uso das cátedras e púlpitos das igrejas para promover seu parasitismo eclesiástico.

Os iluminados teólogos liberais estão dispostos a cooperar com a destruição da igreja cristã, refundando-a, dessa forma atrasada e fundamentalista em que se encontra, às próprias imagens e semelhanças da ignorância de si mesmos; diante disto, achei por bem deixar algumas orientações que lhes auxiliarão a lograr êxito em suas empreitadas destrutivas.

• Começe destruindo e desacreditando toda e qualquer autoridade objetiva e moral de sobre os cristãos. Comece assim:

• Ensine que a pericope de adulteræ é uma inclusão tardia ao evangelho de João. Os crentes do passado não tinham problema com umas adiçõesinhas na bíblia, afinal, eles eram menos fundamentalistas do que os “ortodoxos” de hoje. No princípio haviam “cristianismos” e diversidade: que sigamos assim;

• Ensine que o final longo de Marcos (16:9-20) foi indevidamente incluído em nossas bíblias, e assim, qualquer afirmação de milagres atuais, poderá ser desencorajada; uma religião naturalista é tudo o que precisamos para o cristianismo à luz da pós-modernidade;

• Ensine que a comma jonanina (1João 5:7b-8a) não devia estar no Novo Testamento, pois foi inclusão latina; assim, poderemos ter abertura para grupos não trinitarianos e outras religiões – em nossas igrejas, para que sejam mais inclusivas;

• Ensine que até o séc. XIX, com avanços na crítica textual, da manuscritologia, de vieses evolucionistas e reconstrucionistas, a igreja usava um tipo de texto cheio de adições indevidas da Palavra de Deus; agora temos um texto chancelado pelos eruditos (pelo menos até a próxima edição);

• Ensine que até o séc. XX, era usado um errôneo método de tradução por equivalência formal, até que Louw e Nida desenvolveram o “melhor método” de equivalência dinâmica, em que o tradutor assume indevidamente o papel de intérprete do texto; assim, o leitor será entregue a uma suposta bíblia, mas já interpretada pelo tradutor;

• Ensine que no princípio do cristianismo, não havia uma fé cristã, mas vários cristianismos, e que a diversidade era a característica das primeiras comunidades cristãs que expressavam sua forma diferente de cristianismo, inclusive com grupos que depois foram chamados de hereges pela história contada pelos vencedores;

• Possua uma compreensão elevada do homem e mínima ou nenhuma “intervenção” divina na transmissão do texto sagrado ou explique pelo viés naturalístico, os milagres bíblicos, trazendo interpretações evolucionistas ao máximo;

• Com uma visão tão frouxa das Escrituras em si, faça da pregação, a exposição das doutrinas da nova religião secular; atente-se para as agendas globalistas, como a de 2030 e propague-a como a mais nova e pura revelação da Divindade;

• Torne os homens autoridade sobre o texto das Escrituras e não haverá nenhuma autoridade objetiva sobre a igreja, mas apenas acordos temporários e circunstanciais entre as partes, num contrato mercantilista espiritual;

• Dê aos homens uma religião palatável e com uma doutrina chancelada pela universidade, seminários, faculdades e pessoas influentes; e nunca esqueça de ser bacana diante da opinião pública;

• Crie a cada cinco anos, meios para que uma nova Bíblia “melhor e mais atual à luz das novas descobertas” seja dada aos crentes, e alimente toda a indústria editorial com novidades que já saem desatualizadas das prateleiras; repita o processo ad infinitum;

• Traga a agenda cultural que está na moda, para dentro da igreja e ensine uma compreensão evolucionista da história humana e da história da religião, ensinando que pecados claros mencionados nas Escrituras foram más interpretações do passados, relacionadas a problemas quer de manuscritos, quer de preconceitos de cristãos ignorantes e menos evoluídos do que os do séc. XXI;

• Use as estruturas convencionais e/ou de igrejas locais para parasitismo em causa própria, chamando de atrasado e fundamentalista, quem ousar desmascará-lo;

Com estas breves orientações, você será capaz de destruir sua igreja local, acabar com a fé de muitos irmãos e alcançar excelente aceitação na sociedade pós-cristã.

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