Dólar volta a R$ 5,30 e Ibovespa emenda 3º recorde consecutivo com sinais de presidente do Fed

Após rondar a estabilidade pela manhã e no início da tarde desta quarta-feira (17), o dólar à vista experimentou forte volatilidade nas últimas horas sob o impacto da decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), seguida pela entrevista coletiva do chairman Jerome Powell. Com mínima máxima de R$ 5,3132 e mínima de R$ 5,2762, a divisa encerrou o dia a R$ 5,3012 (+0,06%). Foi interrompida uma sequência de cinco pregões consecutivos de queda do dólar, período em que acumulou desvalorização de 2,54%. A moeda perde 2,23% em setembro e 14,22% no ano.

Como esperado, o Fed cortou a taxa básica em 25 pontos-base, para a faixa entre 4,00% e 4,25%, pretextando piora do mercado de trabalho. As projeções de dirigentes do BC americano, contidas no chamado gráfico de pontos, ratificaram a expectativa do mercado de redução total de 75 pontos-base neste ano.

A decisão do comitê de política monetária americano (FOMC, na sigla em inglês) não foi unânime. Empossado nesta quarta como diretor do Fed, o economista Stephen Miran, indicado pelo presidente Donald Trump, votou por corte de 50 pontos-base. Isolados em agosto ao votar por corte de 25 pontos-base, os diretores Michelle Bowman e Christopher Waller desta vez acompanharam a maioria.

Logo após o anúncio da decisão, a moeda americana perdeu força tanto em comparação com divisas fortes e emergentes, levando o dólar, que vinha em ligeira alta no mercado local, a trocar de sinal e descer até a mínima no nível de R$ 5,27.

Os efeitos do comunicado do Fed se dissiparam logo em seguida, em meio às falas de Powell. Lá fora, o índice DXY retomou o sinal positivo e se aproximou dos 97,000 pontos, com máxima de R$ 96,998 pontos. Por aqui, o dólar tocou pontualmente o nível de R$ 5,31, para em seguida se acomodar ao redor de R$ 5,30.

Em entrevista coletiva, o presidente do Fed não chancelou a aposta em um alívio monetário contínuo ao reforçar que as decisões sobre os juros seguem dependentes dos dados recebidos entre as reuniões do FOMC. Powell ponderou que as projeções contidas no gráfico de pontos não são uma certeza e devem ser vistas “sob o ângulo das probabilidades”. A inflação provocada pelo tarifaço parece pontual, mas o Fed tem que trabalhar para que não se torne persistente, alertou.

Ibovespa emenda 3º recorde consecutivo, pela 1ª vez aos 145 mil pontos

O Ibovespa voltou a renovar máxima intradia e de encerramento nesta quarta-feira, pela primeira vez na casa dos 146 mil pontos durante a sessão, tendo ganhado fôlego no meio da tarde com a aguardada confirmação do corte de 25 pontos-base na taxa de juros de referência dos Estados Unidos, pelo Federal Reserve.

A volatilidade prevaleceu em Nova York nesta tarde, desde o anúncio da deliberação sobre juros até a fala do presidente do Fed, Jerome Powell, com os principais índices de ações encerrando a sessão com variações entre -0,33% (Nasdaq) e +0,57% (Dow Jones).

Aqui, o Ibovespa não conseguiu sustentar os inéditos 146 mil pontos no fechamento, mas encerrou o dia em máxima de encerramento pela terceira sessão consecutiva – e também pela quarta vez nas últimas cinco sessões, a começar pela última quinta-feira, em uma sequência interrompida apenas por uma leve correção na sexta.

Na B3, o Ibovespa iniciou o dia aos 144.058,51 pontos, embicou a 143.910,14 pontos na mínima e, em novo recorde histórico, foi aos 146.330,90 pontos na máxima, então em alta de 1,58% na sessão. Ao fim, marcava 145.593,63 pontos – pela primeira vez aos 145 mil em fechamento -, em alta de 1,06%, e com giro reforçado a R$ 45,2 bilhões nesta quarta-feira de vencimento de opções sobre o índice. Na semana, o Ibovespa avança 2,34%, colocando os ganhos do mês a 2,95% e os do ano a 21,04%.

A perda de dinamismo do índice, assim como a observada nas referências de Nova York, se impôs durante a fala do presidente do Fed, Jerome Powell, que reiterou a perspectiva gradualista, sem solavancos, apesar da dissidência aberta nesta reunião do comitê de política monetária com o voto de indicado por Trump.

Na B3, a expectativa de juros globais mais baixos a partir desta deflagração de ajuste na orientação da política monetária estimulou, em especial, as chamadas ações cíclicas, mais sensíveis às taxas, aponta João Paulo Fonseca, head de renda variável da HCI Advisors. Na ponta ganhadora do Ibovespa, RD Saúde (+6,06%), Magazine Luiza (+5,31%) e Assaí (+4,55%). No lado oposto, C&A (-2,44%), Marfrig (-2,18%) e Pão de Açúcar (-2,17%).

Entre as blue chips, apenas um papel (BB ON -0,32%) destoou dos ganhos generalizados na sessão. Destaque para o setor financeiro, em alta de até 3,47% (Bradesco PN) no fechamento. Em dia negativo para o petróleo, as ações de Petrobras tiveram desempenho discreto, mas reforçado no fechamento, com a ON em alta de 0,76% e a PN, de 0,60%. Principal papel do Ibovespa, Vale ON encerrou perto da estabilidade, em leve alta de 0,17%.

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