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Eleição na Argentina: Lula e PT ‘tombaram com o peronismo’, avalia colunista do Estadão

Ao apoiar formalmente Sergio Massa na corrida presidencial argentina, o PT, partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, colhe uma derrota em nível internacional. Para o jornalista José Fucs, colunista de O Estado de S. Paulo, a vitória do economista liberal Javier Milei vai deixar sequelas nas relações entre o Brasil e a Argentina.

“Com apoio a Massa, Lula e o PT tombaram com o peronismo e deixaram sequelas nas relações com Milei”, afirma Fucs no título da coluna publicada nesta segunda-feira, 20, um dia depois do anúncio da vitória do candidato do partido A Liberdade Avança. “Diferenças entre o petista e o libertário argentino devem ter impacto principalmente na economia e nas relações externas, com desdobramentos no Mercosul.”

Para desenvolver tal análise, o colunista do Estadão afirma que o presidente brasileiro tentou apoiar a candidatura de Massa de “todas as formas”. De acordo com ele, Lula atuou para ajudar a esquerda argentina desde que reassumiu o poder no Brasil, em janeiro.

No artigo de hoje, Fucs lembra que Lula já se reuniu com o atual presidente argentino, o peronista Alberto Fernández, em ao menos cinco oportunidades desde o início do ano. O jornalista cita que o petista chegou a receber no Palácio do Planalto, em Brasília, o próprio Massa, que é desde julho de 2022 o ministro da Economia da Argentina.

As tentativas de Lula para ajudar o peronismo na Argentina

Ainda de acordo com o colunista do Estadão, Lula tentou ajudar Massa e a esquerda da Argentina das seguintes formas:

  • Tentou criar linhas de crédito via BNDES para financiar exportações argentinas;
  • Defendeu a criação de projeto no Banco do Brics para fortalecer o peso argentino;
  • Pediu “paciência” ao Fundo Monetário Internacional com a dívida junto à Argentina; e
  • Solicitou a viabilização de crédito US$ 11 bilhão, que acabou concedido pelo Banco de Desenvolvimento da América Latina.

“Embora Lula tenha se apressado em colocar ‘panos quentes’ na situação depois da vitória de Milei, desejando ‘boa sorte e êxito’ ao novo governo logo que o resultado foi divulgado, ainda que sem mencionar o presidente eleito, seu envolvimento na eleição argentina acabou deixando estragos inevitáveis”, afirma Fucs. “Cujos desdobramentos só deverão se revelar plenamente nos próximos dias e meses.”

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