Em artigo, Dr. Valdir Perazzo escreve sobre Janguiê Diniz e diz que empreendedorismo aliado à educação pode transformar o Brasil

Janguiê Diniz: um empresário obstinado

Na capital Pernambucana no final do mês de setembro, conclui a leitura do livro “Vida de Cristo”, do arcebispo americano Fulton Sheen. Li o primeiro volume que portei para me ocupar enquanto me demorava em Recife para resolver um problema pessoal. Não dispunha do segundo volume. A melhor biografia de Jesus que li. Cheguei à conclusão já com a leitura do primeiro volume.

Como não dispunha de outro livro do mesmo autor, fui a uma livraria do Shopping Recife para tentar comprar outro livro do saudoso teólogo americano. Para meu descontentamento não havia. Ao sair da livraria passei os olhos no livro “Obstinação”, do empresário de educação paraibano Janguiê Diniz. Comprei a obra.

Eu tinha conhecimentos superficiais sobre o empresário de sucesso Janguiê Diniz. Sabia que estudou Direito em Pernambuco e aí foi Juiz do Trabalho,  Procurador do Trabalho e Professor. Sabia que largou essas importantíssimas carreiras jurídicas para ser empresário. Era ainda do meu conhecimento que fundou o “Bureau Jurídico” para preparação de jovens para carreiras jurídicas. Sabia também que quando jovem, viveu em Rondônia. Meu conhecimento sobre Janguiê se limitava a essas poucas informações.

Depois que li o primeiro capítulo do livro, não me deu mais vontade de interromper a leitura. Dei-me conta de que se trata de um vencedor. Alguém a ser seguido e imitado. Filho de pais analfabetos, teve um início  muito humilde. Foi engraxate, vendedor de fruta e picolé, para ajudar a família agora habitando em Pernambuco. Graduou-se em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco – UFPE, instituição da qual foi professor.

Para não ter que voltar para o interior de onde é originário, pediu exoneração do cargo de Juiz do Trabalho, como também do Cargo de Procurador do Trabalho. Sua primeira atividade empresarial de sucesso foi o Bureau Jurídico, com o objetivo de preparar jovens para as carreiras jurídicas. Depois fundou a Faculdade Maurício de Nassau em Recife, que deu origem ao grupo “Ser Educacional”. Hoje possui um patrimônio de mais de três bilhões.

O Grupo “Ser Educacional” é um dos maiores grupos de educação de ensino superior do Brasil, com unidades em todo o país.  Li o primeiro livro de Janguiê, mas ele é autor de 24 livros, incluindo sua biografia. O próximo livro que pretendo ler do empresário é sua biografia. Gosto de ler biografias. Saber como grandes homens – como Janguiê – conduziram suas trajetórias profissionais e familiares.  

Sou um defensor da livre iniciativa. Acredito na força do empreendedorismo para a prosperidade de um país.  Essa convicção me veio com o conhecimento da “Escola Austríaca” de Economia. Lendo a obra de Ludwig Von Mises (comecei com “As Seis Lições),  me convenci de que o corporativismo não pode dar certo. Somente a livre é iniciativa é capaz de trazer o desenvolvimento e o progresso para o nosso Brasil, como de resto para o mundo todo.  

Fiquei muito entusiasmado com a leitura de “Obstinação”.  Cheguei à conclusão de que as ideias de Janguiê Diniz muito podem contribuir para retirar regiões atrasadas do Brasil da miséria em que se encontram hoje.  Sobretudo porque o empresário defende não só o empreendedorismo. Ele defende o empreendedorismo concomitantemente com  educação de qualidade. Duas ideias que devem seguir como dois trilhos de um trem: empreendedorismo e educação.

Essas ideias de Janguiê me chegaram quase ao mesmo tempo em que me convenci de que o fortalecimento da propriedade privada – direito consagrada no Constituição Federal – deve ser implementado através de um amplo programa de regularização fundiária, nos moldes em que vem fazendo o Estado de Pernambuco com seu programa “Moradia Legal”, sob a coordenação do Tribunal de Justiça, que hoje cobre todo o território do Estado.

São duas ideias muito generosas para se gerar prosperidade: regularização fundiária para consolidação do direito de propriedade e empreendedorismo e educação para mudança da mentalidade do assistencialismo que impera nas regiões mais atrasadas do Brasil, especialmente do Sertão do Pajeú onde me encontro no momento. Claro que mudar a mentalidade de um povo não é fácil. Convencer alguém de que o assistencialismo solidifica a pobreza, é uma difícil tarefa.  

Lendo Janguiê Diniz, na sua defesa intransigente do empreendedorismo e da educação, dei um suspiro de amargura. Lamentei não ter tido na minha juventude quem fizesse chegar às minhas mãos uma obra tão inspiradora para formar um propósito para a vida. Não se vive sem um propósito. Na minha juventude a literatura que nos chegava era da defesa do socialismo como projeto de sociedade. Demorei muito a entender que isso não funciona. Perdi tempo e energia, como muitos da minha geração,  na busca dessa  utopia.

Já quase finalizando a leitura da obra acima citada, quero destacar o propósito de vida de Janguiê Diniz, que muito pode contribuir para formar a mentalidade dos nossos jovens, especialmente jovens carentes, que podem estar sendo seduzidos pelas ideias (falsas) do socialismo, causa do nosso atraso.

Eis o que diz Janguiê Diniz, num numa verdadeira sugestão de propósito de vida (para jovens), mas também num verdadeiro testemunho de quem, sendo um jovem carente do interior, teve grande realização profissional, confirmando que, com esforço, é possível uma mudança de vida, mesmo para quem veio da pobreza:

Quando fundei o Instituto Êxito de Empreendedorismo, minha intenção era clara: oferecer educação empreendedora àqueles que, muitas vezes, não acreditam em si mesmos, além de não terem acesso a recursos ou ferramentas para desenvolver o verdadeiro potencial. Acredito profundamente que o conhecimento é a base de qualquer transformação, seja pessoal, seja social. E uma coisa que aprendi nesse processo é que o conhecimento, por si só, não basta. É preciso que ele seja compartilhado, incentivado, e, sobretudo, aplicado com um propósito claro e definido. Com base em meus ensinamentos e nos ensinamentos dos que fazem o Instituto Êxito, vi jovens, antes desacreditados, tornarem-se empreendedores bem sucedidos, mudando vidas e comunidades, e isso é, sem dúvida, uma das maiores realizações de minha vida”.

Nasci numa região de poucas oportunidades para os jovens: Sertão de Pernambuco. Nos anos 70 do século passado, mais de 40% da população migrou para o Sul do país. E esse verdadeiro êxodo se deveu por absoluta falta de oportunidades de trabalho.  Janguiê tem como objetivo ajudar regiões atrasadas do país, como o semiárido onde nasci. Declarou à guisa de conclusão de seu livro. 

Suas ideias muito poderiam contribuir para mudar o destino de milhares de jovens da região da qual suou originário! Passei a acreditar! Recomendo a leitura da obra citada, especialmente aos jovens pobres que não acreditam num futuro promissor!

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