Em artigo, Valterlucio Campelo chama acreanos às ruas e critica o silêncio cúmplice do Congresso

A semana foi bem animada no andar de cima. O presidente Donald Trump meteu uma decisão baseada na Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes e fez um meio tarifaço nas exportações brasileiras para os EUA. Antes, já havia retirado os vistos americanos de oito ministros do STF, suas famílias e mais o procurador geral da república. Uma verdadeira vassourada na relação entre os dois países que, no último ano, vinha de mal a pior, em função da verborragia lulista. Trump e seu entorno tem o petista engasgado há tempos.

Passado o primeiro impacto, o governo está comemorando as pesquisas eleitorais que dão uma leve subida em seus índices. Para quem vinha caindo, é muita coisa. Como Lula da Silva é uma espécie de palhaço cuja atuação no picadeiro vai para onde os aplausos sinalizam, ele resolveu apropriar um falso-nacionalismo e, em nome da “defesa da soberania”, se postar como um galinho garnizé. Por enquanto, só tem levado bicadas, embora cante vitória com o desconto que Trump deu ao livrar da taxação vários setores, obviamente por pressão interna. Oportunista como é, Lula da Silva não deixaria de “faturar” como sua conquista uma concessão do Trump, que sequer recebeu seus emissários.

De sua parte, o STF, abalado pela retirada de vistos, presencia com assombro os duríssimos efeitos da Lei Magnistsky sobre o Alexandre de Moraes, que no olhar do governo americano é um bicho a ser abatido. Vejamos o que disse o Governo Americano:

“Moraes é um juiz ativista, que abusou de sua autoridade, ao se engajar em um esforço direcionado e politicamente motivado com o objetivo de silenciar os críticos políticos por meio da emissão de ordens secretas contra plataformas online, incluindo empresas de mídia social dos Estados Unidos, banindo contas de indivíduos por postar conteúdo protegido”. Tem mais.

“Moraes ainda abusou da sua posição ao autorizar prisões injustas e minar a liberdade de expressão. As ações tomadas por Moraes afetam pessoas e empresas dos EUA, e os EUA não toleram agentes estrangeiros malignos que abusam de suas posições de autoridade para minar a liberdade de expressão de cidadãos americanos”, acrescentou o porta-voz do Departamento de Estado Americano, Tommy Pigott. Com essas palavras, o governo americano alinhou Moraes com ditadores de toda espécie, traficantes e terroristas na lista de sancionados. Se queria um bom adversário, o ministro arranjou.

Com certeza o governo americano já tomou ciência das estrepolias completas de Moraes através do site lançado nesta sexta-feira – www.dossiemoraes.com.br, onde qualquer cidadão pode ver mais de 70 casos de abusos, com indicação e análise da legislação e base factual. É imperdível. Acesse e faça um favor a si mesmo.

Pelo jeito, não há, por enquanto, o que os supremos ministros possam fazer sem recuo. Se tomassem juízo, se agarrariam ao voto divergente do ministro Luís Fux e descerem todos os processos que não envolvam detentores de prerrogativa de Foro para a primeira instância. Lá, obedecendo o devido processo legal, seguiria cada um dos indiciados seu próprio martírio judicial. Sem isso, é segurar a bronca e seguir adiante, torcendo para que não venham outras sanções e novas inclusões na listinha deplorável.

Ao jantar inescrupuloso promovido nesta quinta-feira pelo Lula da Silva para alinhar o discurso e estratégia, compareceram seis dos onze ministros do STF, o que para muitos denota um certo cuidado de alguns com as companhias fora do ambiente de trabalho. Nesta sexta-feira, no retorno do STF ao expediente normal, Alexandre de Moraes descarregou em tom odiento um texto repleto de adjetivos e pré-julgamentos, o que não surpreende ninguém. Praticamente fez uma declaração de ódio a quem não lhe lambe os pés, e ainda teve a petulância de se vitimizar como se não tivesse desgraçado a vida de milhares de famílias. Sem contar que dois dias antes, num jogo de futebol, enterrou a própria frase de efeito “liberdade de expressão não é liberdade de agressão”, ao fazer um gesto obsceno para a plateia. Enfim, as coisas na Corte estão mais para samba do crioulo doido (ainda pode chamar crioulo?), do que para valsa vienense.

Do outro lado da praça, digo, no Congresso, os dois sócios do poder (Câmara e Senado) se curvaram aos costumes e, cada um zelando por seus interesses no butim em curso, prometeram alinhamento incondicional. Também querem “defender a soberania”. É um espanto que de uma hora para outra, aqueles que entregaram a Amazônia aos interesses internacionais, que pediram a intrusão de Biden em nosso processo eleitoral, que dia sim, dia também, agacham-se para a China, que permitem toda sorte de abusos contra suas próprias prerrogativas subordinando-se a outro poder, falem em soberania.

Não deveria falar em soberania quem aceita a tirania, venha ela em migalhas de poder ou em chicote legislativo. Não há honra alguma naquelas casas enquanto milhar de inocentes pagam por crimes que não cometeram. A posição que hoje assumem no parlamento tem paralelo com a vizinha Venezuela que emasculou o seu Congresso. Uma nação tiranizada não tem soberania a defender.

O povo observa tudo isso com espanto. As redes sociais explodiram em acesso e engajamento, os canais de TV se esmeram em, obviamente, darem a versão mais governista possível e o lulopetismo comemora a desgraça, pois assim tem como inculpar a oposição. Seus bate-paus chegam a sugerir para a massa ignara que a culpa das tarifas é da direita, é do Bolsonaro, como se ele ligasse pro Trump e o mandasse tacar uma tarifa. Muitos dos agentes da esquerda, aí incluindo os isentões de cueca (ou calcinha) vermelha, multiplicam essa estupidez no noticiário.

Ora, se a direita tem alguma culpa é no sentido de resistir e fazer o mundo saber que por aqui a tirania dá passos largos contra os valores e princípios democráticos, que a democracia liberal está por um fio. A direita tem a culpa de reagir. Porque é preciso.

Neste domingo, em todo o Brasil, ocorrerão manifestações sob esse título – REAJA! Reagir significa não se dispor à servidão, não entregar o que eles querem, manter-se de pé e lutar. Inclusive pela denúncia aos democratas de todo o mundo. Não podemos esperar a completa venezualização para notarmos que a democracia morreu. Então, vamos às ruas, por ANISTIA TOTAL, AMPLA E IRRESTRITA, FIM DO FÔRO PRIVILEGIADO E IMPEACHMENT DE ALEXANDRE DE MORAES.

No caso acreano, precisamos cobrar uma posição de cada um dos parlamentares e daqueles que serão candidatos, muitos deles já em pré-campanha, e dizer-lhes cara a cara que não poderão se esconder do povo. Nenhum deles foi eleito pedindo votos para Lula, precisamos saber o porquê ou, o por quanto, estão agora alinhados com o consórcio tirânico que nos governa. Em 2026, é anistia ou balsa! Neste domingo, dia 03/08, às 10:00, em frente ao palácio do governo do Acre, manifestação que espera todos os democratas, todos aqueles que não se ajoelham para a tirania do consórcio Lula-STF.

Valterlucio Bessa Campelo escreve às segundas-feiras no site AC24HORAS, terças, quintas e sábados no DIÁRIO DO ACRE, quartas, sextas e domingos no ACRENEWS e, eventualmente, no site Liberais e Conservadores do jornalista e escritor PERCIVAL PUGGINA, no VOZ DA AMAZÔNIA e em outros sites.

Nossa responsabilidade é muito grande! Cabe-nos concretizar os objetivos para os quais foi criado o jornal Diário do acre