Foi lançada recentemente a versão de 2025 do IPS – Índice de Progresso Social, de responsabilidade de um grupo extenso de organizações privadas (ver AQUI), composto por dados socioambientais e de resultado, ou seja, o IPS não mede a quantidade de infraestrutura ou recurso investido em um município, o IPS mede se essa infraestrutura ou esse recurso estão trazendo resultados para as pessoas. Além disso, o IPS usa dados públicos, recentes, e que sejam disponíveis para todos os municípios do Brasil.

O índice é conceituado nos seguintes termos: “O progresso social é a capacidade de uma sociedade de atender às necessidades humanas básicas de seus cidadãos, estabelecer os pilares que permitem que cidadãos e comunidades melhorem e sustentem a qualidade de suas vidas, e criem as condições para que todos os indivíduos alcancem seu pleno potencial”. Temos, portanto, um importante indicador a ser observado na definição de políticas públicas.

Isto posto, vamos ao que interessa. Como estão os municípios acreanos? Tristemente, o IPS médio do Acre é um dos piores do Brasil. O IPS é apurado a partir de três dimensões – necessidades humanas básicas, fundamentos de bem-estar e oportunidades, cada um com quatro componentes que por sua vez desdobram-se no total em 53 indicadores para 2024 e em 57 para 2025.

O IPS Brasil 2024 atingiu uma pontuação 61,83 para todo o país. Entre as dimensões, Necessidades Humanas Básicas alcançou pontuação 73,58, Fundamentos do Bem-estar atingiu 67,10 e Oportunidades obteve apenas 44,83. Este ano de 2025, o IPS Brasil andou de lado (IPS = 61,96), com valores de 74,79; 65,02 e 46,97, respectivamente.

Entre os Estados, o Acre, com IPS 56,29 ficou em 25º lugar em 2025, subindo uma posição, pois em 2024, com IPS 55,31, estava na 26ª colocação. Entre as capitais, Rio Branco estava em 23º lugar em 2024, com IPS 62,28 e, em 2025 mantém a posição com IPS 62,29.

No geral, a situação acreana é lamentável. Nos dois estudos temos dois municípios entre os 20 piores do Brasil – Feijó e Santa Rosa do Purus. Aliás, os 20 encontram-se na região Norte. Na tabela abaixo temos uma demonstração da performance do Acre, fazendo ver que, excluindo-se a capital, o IPS despenca para valores na faixa até IPS= 57,0. A rigor (vejam no mapa acima) estamos no sexto grupo do ranking juntos ao Maranhão e Amapá e à frente apenas do Pará. A boa notícia é que quase todos tiveram alguma evolução no período.

Aproximando-se o período eleitoral, seria bom que os candidatos e os governantes prestassem mais atenção a estudos como este do que a conchavos e acertos de coxia, que normalmente apenas escondem os graves problemas da população. Decididamente, o 25º lugar não corresponde às nossas potencialidades.

Valterlucio Bessa Campelo escreve às segundas-feiras no site AC24HORAS, terças, quintas e sábados no DIÁRIO DO ACRE, quartas, sextas e domingos no ACRENEWSe, eventualmente, no site Liberais e Conservadores do jornalista e escritor PERCIVAL PUGGINA, no VOZ DA AMAZÔNIA e em outros sites.