O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, se manifestou ao Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a construção de um muro de concreto de 40 metros que separa a Cracolândia do fluxo de pedestres e veículos. Segundo Nunes, essa estrutura é parte de uma estratégia que visa facilitar a atuação de profissionais de saúde na região, além de ser uma medida preventiva para evitar acidentes. “A colocação dos gradis na rua dos Protestantes faz parte da estratégia adotada pela Prefeitura para facilitar o trabalho de abordagem dos profissionais da Saúde e da Assistência Social, permitindo maior proximidade, circulação e visualização dos usuários, sobretudo os mais vulneráveis, favorecendo também a interlocução e o aumento da frequência das abordagens e o trabalho de convencimento dos usuários para as diferentes ofertas e alternativas de serviços públicos que visam a melhoria das condições de saúde e bem-estar daquelas pessoas”, argumenta o prefeito.
A questão chegou ao STF após um pedido de deputados do PSOL, que criticam a construção do muro, alegando que ele promove a exclusão social e dificulta a implementação de políticas públicas eficazes. Nunes, por sua vez, apresentou mapas e fotografias que evidenciam os riscos associados à situação anterior, defendendo que a nova estrutura é uma solução necessária. “O tapume metálico passou a ser rompido ocasionalmente por usuários de drogas, colocando a si mesmos em risco de ferimentos e também comprometendo o trânsito de pedestres, moradores, trabalhadores do comércio da região, estudantes de escolas nas proximidades que usam as calçadas para ir e vir, além dos veículos que usam a rua Couto de Magalhães para se dirigir à região do Bom Retiro”, pontuou Nunes.
Durante a coletiva que aconteceu nesta terça-feira (21), após o evento de formatura de 500 novos guardas civis municipais, o prefeito de São Paulo indagou: “Pedi para a procuradora Luciana colocar, para o ministro Alexandre de Moraes, para ele ver como está sendo, de uma certa forma, usado politicamente com esse tema, de que esse muro foi em maio do ano passado, porque as pessoas, que estão fazendo essa ação, não vão lá há quase um ano, né? E a gente vai lá todo dia. Então que ele nos dê apoio, porque estamos lá todos os dias trabalhando, diminuindo o número de dependentes, ofertando, a eles, possibilidade de tratamento. E com esses dados… o ministro Alexandre de Moraes deve ter uma série de ocupações, utilizar do tempo dele e cair numa armadilha dessas?”.