A exemplo dos furacões, que nos Estados Unidos são pré-anunciados, empresas brasileiras passaram a vender ferramentas que preveem a ocorrência de queimadas como forma de reduzir o risco climático, variável que se tornou realidade para o agronegócio.
O sistema da Eccon Soluções Ambientais, por exemplo, foi aprimorado a partir de um mecanismo que cruza informações de cartografia e de satélites em tempo real para avisar o produtor rural se há fogo em um raio de 5 a 20 quilômetros do local da propriedade.
Em emergências, o proprietário recebe avisos por aplicativo ou por WhatsApp.
“Com esse serviço a gente consegue fazer relatórios também para o agronegócio, reportando o histórico de queimadas e de focos de incêndio na redondeza no ano, em anos anteriores”, diz Yuri Rugai Marinho, CEO da Eccon. “É possível olhar várias áreas e mostrar onde está mais arriscado para ele concentrar esforço.”
A companhia, que também fornece serviços de auditoria e gestão de ativos ambientais, trabalha para gigantes como Cargil, Embrapa, Cacau Show, Caixa, Dow AgroSciences, Suzano, entre outros.
O tempo de resposta para o produtor rural varia demais porque há fatores —como velocidade do vento, tipo de vegetação (seca ou mata nativa) que interferem na propagação.
Mesmo assim, grandes propriedade contratam o serviço. Segundo Marcelo Stabile, gerente de carbono, a companhia monitora duas áreas em Mato Grosso do Sul, duas em Goiás, uma no Mato Grosso e outra no Acre.
“Isso ajuda porque dá visibilidade para o risco ambiental. O proprietário vai mobilizar a gente para apagar incêndio, as autoridades serão alertadas”, disse. “É um monitoramento que a gente faz diariamente.”