A Confederação Nacional do Comércio (CNC) divulgou o relatório da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor referente a outubro, revelando que o cenário financeiro das famílias brasileiras continua preocupante. No País, o índice de endividados subiu pelo terceiro mês consecutivo, alcançando 79,5%. Além disso, a proporção de famílias com contas em atraso atingiu o recorde de 30,5%, e 13,2% afirmaram não ter condições de quitar as dívidas pendentes — o maior percentual já registrado pela série histórica.
No Acre, os dados analisados pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio/AC) mostram que 82% das famílias estão endividadas, o equivalente a 97.112 lares. Esse número representa o maior volume desde outubro de 2024, quando o total era de 90.678 famílias. Apesar da estabilidade em relação a setembro, o percentual segue elevado e preocupa o setor, que monitora as condições de crédito e consumo no estado.
Por outro lado, o número de famílias com contas em atraso apresentou uma leve melhora. Houve redução de 2 pontos percentuais na comparação com o mês anterior, totalizando 43.675 famílias inadimplentes. Da mesma forma, o grupo que afirma não ter condições de pagar as dívidas caiu de 12,4% para 12,2%, o que corresponde a 14.409 famílias. A Fecomércio destaca que, mesmo com a leve melhora, o quadro ainda é delicado e requer atenção.
A pesquisa também apontou que 30,9% das famílias afirmam conseguir manter suas contas em dia. Entre elas, 31,3% possuem renda de até 10 salários mínimos, enquanto 27,4% têm rendimentos superiores a esse valor. Isso indica que o maior peso do endividamento recai sobre famílias com renda média mensal em torno de R$ 3.000,00, faixa que mais sente os impactos da inflação e do crédito caro.
Segundo o assessor da Fecomércio/AC, Egídio Garó, o alto índice de endividamento deve influenciar o comportamento dos consumidores nas próximas semanas. “Apesar de o número de famílias com intenção de consumo no Estado ter aumentado, o excesso de dívidas pode comprometer as compras da Black Friday. Caso as famílias gastem mais, o endividamento tende a crescer novamente nos meses de dezembro e janeiro”, alertou Garó.




